No interior de Rondônia, na fronteira com a Bolívia, na cidade de Guajará-Mirim, uma jovem mãe precisou de transporte aeromédico para ganhar sua filha. Ela entrou em trabalho de parto no sétimo mês de gestação e não havia UTI neonatal na cidade
A recomendação médica era realizar uma transferência para Porto Velho, capital do estado, a 330 quilômetros. O trajeto poderia demorar até 7 horas para ser percorrido em função das condições das estradas na época. Após esperar por algumas horas por uma ambulância, houve a ausência de um médico para acompanhá-la
Google Maps/ReproduçãoQuando chegou o médico, a avaliação foi de que havia um risco muito grande em realizar o transporte por via terrestre. Deste modo, o avião do Corpo de Bombeiros de Rondônia foi acionado
Reprodução/Corpo de BombeirosO parto foi realizado 20 minutos após a decolagem a 7 mil pés de altura. Quando o avião fazia o deslocamento, o médico que acompanhava a passageira informou que o parto teria que ser naquele momento. Sem alternativa de pouso, o bebê nasceu nas alturas
O caso foi registrado em abril de 2015 e foi registrado pelo Tenente-Coronel do CBMRO Luiz Cordeiro Junior. 'É a ocorrência da vida. Essa foi a ocorrência mais marcante que eu já fiz nesses 21 anos de bombeiro de resgate', afirmou ao Correio
Reprodução/FreepikNa Amazônia Brasileira, onde as distâncias são extremas e os acessos apresentam alto nível de dificuldade, o transporte aeromédico é uma estratégia para socorrer pacientes que precisam de atendimento com rapidez. As gestantes estão entre os que precisam desse tipo de resgate
FreepikNo Acre, o atendimento pré-natal em comunidades isoladas e ribeirinhas é realizado pelas equipes da Atenção Primária à Saúde (APS), que atuam de forma territorializada por meio de equipes de saúde da família, equipes ribeirinhas e equipes de saúde fluvial
Governo do AcreManoel Neto, médico intensivista do SAMU no Acre explica que a estratégia exige integração e comunicação em tempo real com equipes de saúde da família e Forças de resgate e segurança
'Todos os suportes que temos em terra levamos no suporte aéreo para que a gente atenda esses pacientes em locais isolados da melhor maneira possível', afirma Neto
Outros estados da Amazônia adotam planos similares e integram as Forças de Segurança e de Resgate para atender gestantes em trabalho de parto. Em todos os estados, as Forças Armadas também realizam esse trabalho.
MAURO PIMENTEL / AFP