Um novo estudo apresentado na Reunião Anual da Sociedade Americana de Radio-Oncologia (Astro), em São Francisco, aponta que a combinação de radioterapia corporal estereotáxica (SBRT) com uma terapia radioligante direcionada ao PSMA — proteína encontrada em alta concentração nas células do cancro da próstata — pode mudar o tratamento do câncer de próstata recorrente
Reprodução/FreepikA pesquisa, conduzida pelo UCLA Health Jonsson Comprehensive Cancer Center, mostrou que a estratégia dobrou o tempo de controle da doença em comparação com a radioterapia isolada
FreepikOs homens que receberam a terapia radioligante permaneceram em média 17,6 meses sem progressão do câncer, contra 7,4 meses dos pacientes que fizeram apenas SBRT. O resultado representa um avanço significativo, já que prolonga o intervalo antes da necessidade de iniciar a terapia hormonal, tratamento associado a efeitos adversos como fadiga e perda óssea
PixabayO câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre homens em todo o mundo. No ano de 2023, somente no Brasil, 70 mil foram diagnosticadas. Em parte dos casos, a doença retorna anos após o tratamento inicial, em um estágio conhecido como doença oligo recorrente, quando surgem apenas algumas novas lesões
PixabayA SBRT já vinha sendo utilizada nesses casos por permitir atingir diretamente os tumores visíveis, preservando tecidos saudáveis. No entanto, a presença de células microscópicas, não detectadas por exames de imagem, faz com que muitos pacientes acabem enfrentando o reaparecimento da doença
PixabayA aposta dos pesquisadores foi combinar a precisão da SBRT com a ação do medicamento radioativo PNT2002, capaz de se ligar ao PSMA. O objetivo foi atacar não apenas as lesões detectáveis, mas também as áreas microscópicas da doença
Heute/DivulgaçãoO estudo de fase 2, batizado de LUNAR, acompanhou 92 homens com câncer de próstata recorrente. Eles foram divididos em dois grupos: um recebeu apenas SBRT e o outro passou por duas doses do radioligante antes da radioterapia. A evolução foi monitorada por exames de sangue e tomografias
Reprodução/FreepikA adição da terapia radioligante reduziu em 63% o risco de progressão, da necessidade de tratamento hormonal ou de morte. O ganho foi observado em diferentes perfis de pacientes, sem registro de aumento expressivo de efeitos colaterais
Polina Tankilevitch/PexelsMesmo com os avanços, 64% dos participantes ainda apresentaram progressão da doença, o que mostra que o desafio das células microscópicas continua. Ainda assim, o estudo reforça que intervir mais cedo com terapias radioligantes pode significar a salvação e abrir novas possibilidades de tratamento no futuro
iStock/Panuwat Dangsungnoen*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori