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Chaminés de fada: o Brasil revela um novo tesouro geológico


Pela primeira vez, o Brasil entra para o mapa mundial das formações geológicas raras com o registro das chamadas chaminés de fada — estruturas naturais que parecem saídas de um conto encantado.

Por Lance
reprodução/ tripadviser

Descobertas no Parque Estadual de Terra Ronca, em Goiás, em outubro de 2025, essas torres de rocha esculpidas pela erosão ao longo de milhares de anos se destacam por sua aparência peculiar. E surpreendem pela beleza e singularidade.

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Elas surgem quando camadas de rochas sedimentares são desgastadas de forma desigual, criando colunas com “chapéus” de pedra mais resistente no topo.

divulgação/ Joana Paula Sanchez

A descoberta surpreende especialistas, pois até então acreditava-se que esse tipo de formação só ocorria em regiões como a Capadócia, na Turquia, e o Bryce Canyon, nos Estados Unidos. Fenômenos semelhantes são famosos nestes lugares, mas nunca haviam sido identificados em território nacional — até agora.

reprodução /tripadviser

A equipe responsável pela identificação das chaminés de fada brasileiras é composta por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), que realizavam estudos de campo na área do parque. Eles encontraram as formações durante uma expedição voltada à análise de processos erosivos no cerrado.

divulgação/ lucas ninno

Compostas principalmente por arenito e calcário, as chaminés de fada de Terra Ronca medem entre 1,5 e 3 metros de altura. O topo das estruturas apresenta uma camada de rocha mais dura, que protege a base da erosão, permitindo que a coluna se mantenha ereta por mais tempo.

divulgação/ Joana Paula Sanchez

O nome “chaminé de fada” tem origem no folclore europeu, onde essas formações eram associadas a seres mágicos que habitariam seu interior. A aparência mística e isolada dessas torres alimentou lendas e histórias em diversas culturas ao redor do mundo.

A descoberta no Brasil é considerada um marco para a geologia nacional, pois amplia o conhecimento sobre os processos erosivos que ocorrem no cerrado. Além disso, revela que o país possui paisagens geológicas ainda pouco exploradas e com grande potencial científico.

divulgação/ lucas ninno

Segundo os pesquisadores, as condições climáticas da região — marcada por chuvas sazonais intensas e longos períodos de seca — favorecem a formação desse tipo de estrutura. A alternância entre erosão hídrica e eólica contribui para o desgaste seletivo das rochas.

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O Parque Estadual de Terra Ronca é conhecido por suas cavernas e formações calcárias, mas as chaminés de fada representam uma novidade que pode atrair ainda mais visitantes interessados em geoturismo e paisagens naturais únicas.

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A Secretaria de Meio Ambiente de Goiás está estudando formas de proteger as chaminés recém-descobertas, já que elas são frágeis e podem ser danificadas por pisoteio, vandalismo ou mudanças climáticas. O acesso às formações será controlado por guias autorizados.

Imagens das chaminés foram captadas por drones e câmeras de alta resolução, revelando detalhes impressionantes das estruturas. As fotos mostram colunas isoladas em meio à vegetação do cerrado, com sombras que acentuam sua verticalidade e beleza.

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A repercussão da descoberta foi imediata por parte da imprensa, e geólogos de outras regiões do Brasil demonstraram interesse em visitar o local para estudar as formações e buscar ocorrências semelhantes em outros estados.

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Além do valor científico, as chaminés de fada têm potencial turístico. Regiões como a Capadócia se tornaram destinos populares por causa dessas formações, e Goiás pode seguir o mesmo caminho, oferecendo trilhas, passeios guiados e atividades educativas.

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Comunidades locais já começaram a incorporar as chaminés em suas narrativas culturais. Moradores da região associam as torres a lendas do cerrado, como moradas de espíritos da natureza ou locais de energia especial, reforçando o vínculo entre ciência e tradição.

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A UFG pretende realizar escaneamentos 3D das chaminés para criar modelos digitais que permitam o estudo remoto das estruturas. Essa tecnologia também poderá ser usada para monitorar a degradação das formações ao longo do tempo.

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A presença das chaminés em uma área de conservação ambiental reforça a importância de preservar o cerrado, bioma que abriga uma diversidade geológica e biológica ainda pouco valorizada. A descoberta pode ajudar a fortalecer políticas de proteção ambiental.

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Estudantes da região estão sendo convidados a participar de visitas guiadas às chaminés, como parte de projetos de educação ambiental. A ideia é despertar o interesse pela geologia e pela conservação desde cedo, formando futuros defensores do patrimônio natural.

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As chaminés de fada brasileiras diferem das estrangeiras por sua escala mais modesta e pela composição rochosa típica do cerrado. Enquanto as da Capadócia chegam a dezenas de metros, as de Terra Ronca são menores, mas igualmente fascinantes.

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A descoberta também reacende o interesse por fósseis na região. As formações estão próximas a sítios paleontológicos, e há indícios de pegadas de animais pré-históricos nas rochas vizinhas, o que pode ampliar o escopo das pesquisas científicas locais.

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A Secretaria de Meio Ambiente planeja instalar placas explicativas e mirantes para observação das chaminés, garantindo que os visitantes tenham uma experiência educativa e segura. O projeto inclui sinalização ecológica e trilhas acessíveis.

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A comunidade científica internacional já tomou conhecimento da descoberta. Geólogos de universidades estrangeiras entraram em contato com a UFG para propor parcerias e intercâmbios, o que pode colocar Goiás no mapa global da geologia.

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Para visitar as chaminés de fada, o turista deve se dirigir ao município de São Domingos, em Goiás, e agendar o passeio com guias credenciados do Parque Estadual de Terra Ronca. A melhor época é durante a estação seca, entre maio e setembro, quando o acesso é mais fácil e a visibilidade das formações é ideal.

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Do coração do cerrado goiano, emergem torres de pedra que desafiam o tempo e encantam o olhar. As recém-descobertas chaminés de fada não são apenas uma raridade geológica — são testemunhas silenciosas da força da natureza, da beleza da erosão e da riqueza ainda pouco explorada do nosso território.

divulgação/ lucas ninno