O Arquipélago de Mariuá está localizado no município de Barcelos. Essa cidade já foi considerada a primeira capital do Amazonas e guarda raízes profundas da história indígena e colonial da região.
Com mais de 1.400 ilhas, o Arquipélago de Mariuá se estende por cerca de 140 quilômetros de comprimento e 20 quilômetros de largura, entre Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro. Assim, ostenta o título de maior arquipélago fluvial do mundo.
Barcelos está a aproximadamente 402 quilômetros de Manaus. O trajeto pode ser feito por barco ou avião, e já é uma aventura por si só, cruzando paisagens amazônicas de tirar o fôlego.
As ilhas de Mariuá são formadas quase inteiramente por florestas de igapó, que ficam inundadas durante boa parte do ano, criando cenários surreais e biodiversidade única.
A região abriga centenas de botos-cor-de-rosa, símbolo da Amazônia e protagonistas de lendas e encantos locais. Eles nadam livremente entre as ilhas e encantam visitantes.
Mais de 700 espécies de peixes ornamentais e de consumo vivem nas águas do arquipélago, tornando-o um dos principais polos de pesca esportiva do Brasil.
A pesca esportiva, aliás, atrai turistas do mundo inteiro. A diversidade de espécies e os cenários naturais tornam a experiência única e sustentável.
O arquipélago está inserido em áreas de conservação como o Parque Nacional do Jaú, o Parque Estadual Serra do Araçá e a Área de Proteção Ambiental do Rio Negro.
Cerca de 30 comunidades tradicionais vivem nas margens do Rio Negro, preservando saberes ancestrais, modos de vida ribeirinhos e práticas sustentáveis.
Em 2017, 36 pesquisadores do Inpa e da Ufam publicaram o livro 'Mariuá – a flora, a fauna e o homem no maior arquipélago fluvial do planeta', reunindo estudos sobre a região.
O Arquipélago de Mariuá foi identificado na década de 1990 por imagens de satélite da NASA, revelando sua impressionante extensão e complexidade.
A fauna e flora do arquipélago são riquíssimas. Espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção encontram refúgio nas ilhas e florestas inundadas.
A região é um paraíso para os 'birdwatchers'. Diversas espécies de aves amazônicas, portanto, podem ser observadas em seu habitat natural, incluindo tucanos, araras e garças.
Plantas aquáticas, bromélias, orquídeas e árvores adaptadas às cheias compõem a vegetação do igapó, criando paisagens que parecem saídas de um conto.
O turismo no arquipélago é voltado para vivências autênticas: passeios de canoa, trilhas na floresta, mergulhos nos igarapés e convivência com comunidades locais.
A navegação entre as ilhas é feita por pequenos barcos e canoas, permitindo explorar recantos escondidos e observar a vida selvagem de perto.
Os moradores da região mantêm viva a cultura dos povos originários, como os Manaós, e compartilham conhecimentos sobre plantas medicinais, pesca e culinária.
O arquipélago é alvo de estudos científicos constantes, voltados para conservação da biodiversidade, mudanças climáticas e práticas sustentáveis.
Além dos peixes e botos, o arquipélago abriga tartarugas, jacarés, capivaras, preguiças e uma infinidade de insetos e anfíbios.
A imersão na natureza, o silêncio das águas e a energia da floresta fazem do arquipélago um lugar ideal para retiros espirituais e contemplação.
Um lugar mágico, onde a natureza reina absoluta e a cultura amazônica pulsa em cada ilha. O Arquipélago de Mariuá é mais do que um destino turístico — é um lembrete da grandiosidade da Amazônia e da importância de preservar seus ecossistemas e culturas.