Cidades

Nova tentativa de homicídio pode ter relação com morte de Maria Eduarda

Jovem de 18 anos foi esfaqueado em Ceilândia e sobreviveu. Polícia acredita que o crime seja uma vingança em razão do assassinato de Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, em maio deste ano

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 18/07/2018 19:05
Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, foi morta em maio deste ano, vítima de guerra de gangues da QNO, em Ceilândia Um homem, identificado como Eduardo Francisco Saraiva, 18 anos, foi esfaqueado no meio da rua, na QNO 18 do Setor O, em Ceilândia. O jovem foi socorrido e sobreviveu. A polícia suspeita que o crime tenha relação com a briga de gangues da quadra onde ele mora, a QNO 18, rival do grupo vizinho, da QNO 17. Agentes da 24; Delegacia de Polícia (Setor O) acreditam que uma mulher ligada à família de Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, criança de 5 anos morta em 21 de maio, seja a autora do crime.
A tentativa de homicídio ocorreu por volta das 6h30 de 7 de julho. Os policiais ainda não capturaram a suspeita, mas garantem que ela foi identificada. Os depoimentos de testemunhas do crime ainda serão coletados.
Segundo o delegado Zander Vieira Pacheco, adjunto da 24; DP, Eduardo não estaria no carro de onde saíram os disparos que atingiram Maria Eduarda e deixaram o irmão mais velho dela, Marcos André Rodrigues de Amorim, 19 anos, ferido.
"Conseguimos apurar que ele tem envolvimento na guerra, mas não tem ligação direta com a tragédia. Mas, por conta de ele já ter provocado os participantes do crime nas redes sociais, a família da vítima acredita que ele possa ter envolvimento com o crime", explica Zander.
A suspeita da polícia surgiu após denúncias anônimas, feitas pelo disque denúncia da Polícia Civil (197). Entretanto, a investigação ainda não foi concluida. "É um caso recente e que trabalhamos para solucionar. Ainda não houve esclarecimento sobre as circustâncias deste crime e como o fato se deu", finaliza o delegado.

Assassinada em casa

Em 21 de maio, um Voyage preto parou em frente à casa onde mora a família de Maria Eduarda. Do carro, ocupado por três adolescentes e um adulto, saíram os disparos. Os tiros atingiram a cabeça e abdômen da criança, e a perna do irmão. Os acusados fugiram em seguida. O veículo foi roubado horas antes da tragédia, em Ceilândia, na QNP 15. O dono do automóvel é morador do Cruzeiro, mas havia ido até a região administrativa para fazer compras com a sobrinha. Até a última atualização desta reportagem, Walisson Ferrerira da Silva, 21 anos, o "Dedé", continuava foragido.
O irmão da menina de 5 anos estava em liberdade provisória, por receptação. Ele ficou 20 dias na cadeia. Em outubro de 2016, foi preso por roubo, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menor de 18 anos. Ele saiu em 30 de maio de 2017. Naquela noite, quando a irmã foi assassinada, ele seria o alvo dos disparos.
A morte da criança trouxe à tona o problema da guerra de gangues na região da QNO 17 e 18. Os líderes dos grupos são adolescentes e o conflito havia feito 14 vítimas de 2014 a meados de maio de 2018. A informação foi confirmada por moradores da região.
Um dos adolescentes envolvidos no crime foi apreendido em 29 de maio, mas, como não havia um mandado que o privasse de liberdade, acabou livre. Em 29 de junho, foi novamente pego por policiais, com uma pistola. Ele também é apontado como um dos líderes da gangue da QNO 17.

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