A notícia do estudante de medicina veterinária picado por uma cobra naja em pleno Distrito Federal repercute no noticiário local e nacional desde a quarta-feira (8/7). Com o estudante induzido ao coma, muitas lacunas ainda serão preenchidas pela polícia. Eis o que se sabe até o momento sobre o caso:A vítima
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl tem 22 anos, é morador do Guará II e estudante de medicina veterinária na Uniceplac. Ele foi atacado pela cobra naja na terça-feira (7/8) e precisou ser socorrido ao Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, onde está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O jovem desenvolveu uma necrose no braço e lesões no coração devido ao veneno do animal.
Admirador dos répteis, o rapaz costuma compartilhar diversas publicações com imagens de cobras em seu perfil no Facebook. Em uma delas, uma criança aparece brincando com o animal. Contudo, não há, ao menos em modo público, qualquer registro que revele espécimes criados pelo próprio estudante.O tratamento
Pedro Henrique foi tratado com o antídoto e apresentou uma melhora no estado de saúde. O jovem também passou por uma hemodiálise e a reação alérgica causada pelo veneno diminuiu. No entanto, ele segue na UTI do hospital, com previsão para receber alta no sábado (11/7).
O Correio apurou que dez doses do soro antiofídico relacionado a essa espécie foram importadas dos Estados Unidos e devem chegar ao Distrito Federal ainda nesta quinta-feira (9/7). As novas doses são preventivas e não necessariamente serão todas utilizadas pelo estudante. As que sobrarem serão encaminhadas ao estoque do Butantan.
A naja
Onde está a cobra
A cobra, de aproximadamente 1,5m, foi encaminhada ao Zoológico de Brasília e ficará no local até que os órgãos ambientais definam seu destino final. Além da naja, outras 16 serpentes foram resgatadas de um criadouro clandestino e encaminhadas ao zoo. Entre as que mais chamam a atenção, há uma king snake (cobra-rei) albina e outras king snakes, comuns nos Estados e no México e que não são peçonhentas.
Nova casa?
Os profissionais não a alimentaram ainda. Mas, devido ao metabolismo lento que as cobras apresentam, elas podem ficar por mais de 15 dias sem comer. Os cuidadores, no entanto, não irão manusear o animal enquanto não houver doses de soro antiofídico específico para essa espécie disponíveis no Brasil.
Novo habitat?
De acordo com especialistas, como é composto por uma enorme variedade de microclimas, se tivesse fugido, a cobra naja poderia, sim, se adaptar ao bioma do cerrado e continuar vivendo normalmente. Para dar continuidade à espécie, no entanto, seria necessário que encontrasse ao menos uma cobra do sexo oposto para fins de reprodução.
Responsabilidades
Autorização pelo Ibama
Butantan
No caso do estudante, foi necessário acionar o órgão, que tinha apenas uma dose disponível do soro, encaminhada ao Distrito Federal ainda na noite da terça-feira (7/8). Comunidade acadêmica
A coordenação do curso de medicina da UniCEPLAC informou que esse tipo de animal não é manuseado nas dependências da universidade e ficam restritos a zoológicos e institutos como o Butantan. Estudantes colegas do universitário se manifestaram em relação ao caso, que receberam com bastante surpresa. Os alunos pediram que a população evite julgamentos para não ampliar a dor dos familiares e que todos torcessem pela recuperação do paciente.
O Grupo de Estudos de Animais Silvestres e Exóticos do UniCEPLAC, GEASE UniCEPLAC, disse considerar Pedro Henrique um importante membro do grupo e se posicionou quanto às questões ainda não esclarecidas do caso. "Advertimos que o grupo não incentiva, de forma alguma, a criação de animais que possam oferecer riscos à saúde humana, ou do próprio animal. Aconselhamos que os membros que desejem adquirir um animal silvestre, façam isso seguindo as leis e normativas vigentes no país", resumiu, em nota.
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