IGREJA CATÓLICA

Igreja fará 1º pronunciamento oficial sobre irmã Adélia, que pode virar santa, diz site

Irmã Adélia pode vir a ser a primeira santa de Pernambuco. O processo de beatificação foi aberto em setembro de 2019

Irmã Adélia  -  (crédito: Ana Lígia Lira/Reprodução Diário de Pernambuco )
Irmã Adélia - (crédito: Ana Lígia Lira/Reprodução Diário de Pernambuco )
postado em 12/10/2021 21:14 / atualizado em 27/09/2023 12:51

Pela primeira vez, a Igreja Católica fará um pronunciamento oficial sobre os fenômenos espirituais ocorridos em Cimbres (município de Pesqueira, em Pernambuco) e sobre as revelações feitas à Maria da Conceição e à Maria da Luz, mais tarde conhecida como irmã Adélia. As informações são do Jornal do Commercio, do Uol.

Segundo o portal, o pronunciamento será feito durante uma coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (13/10), às 10h30, no Memorial Irmã Adélia, Zona Norte de Recife, pelo bispo Dom José Luiz Salles e pelo bispo-auxiliar Dom Limacêdo Antônio. Uma missa pelos oito anos do falecimento de irmã Adélia deve ser celebrada logo em seguida, às 11h.

O processo de beatificação e canonização de Maria da Luz Teixeira de Carvalho, a Irmã Adélia, foi aberto na Congregação para a Causa dos Santos da Santa Sé e segue caminhando com as comissões histórica e teológica. O documento de solicitação de prosseguimento do processo foi enviado a Roma no dia 5 de setembro de 2019, em nome da Diocese de Pesqueira, capitaneada pelo bispo Dom José Luiz. Três requisitos são necessários para a homologação da candidatura: a fama de santidade, o exercício das virtudes cristãs e a ausência de obstáculos insuperáveis contra a canonização. É necessária, ainda, a comprovação de dois milagres.

Segundo escreveram ao site de notícias do Vaticano (o Vatican News), frade Jociel João Gomes da Silva (postulador do Processo de Beatificação e Canonização) e Carlos André Silva de Moura (docente da Universidade de Pernambuco e presidente da Comissão Histórica e Arquivística do Processo de Beatificação e Canonização da Irmã Adélia Carvalho), "as dioceses em Pernambuco (Brasil) têm acompanhado as orientações de Roma, com a organização de processos que representam parte das devoções oriundas do povo. Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1844-1878), Frei Damião de Bozzano (1898-1997), Dom Helder Camara (1909-1999), Dom Expedito Lopes (1914-1957) e Irmã Adélia Carvalho (1922-2013) são alguns nomes que estão com documentações em análise nas diferentes instâncias do Vaticano, com o objetivo da sua inserção nos altares. Dentre os religiosos de diversos segmentos, orientações, carismas e formas devocionais distintas, destaca-se a Irmã Adélia, religiosa do Instituto das Damas da Instrução Cristã, que conduziu projetos sociais em várias localidades, especialmente, nas periferias da cidade do Recife".

" Os fatos ocorridos na Vila de Cimbres fazem parte de um conjunto de eventos visionários que seguiram elementos presentes em outros acontecimentos, como nas aparições em Lourdes (França-1858) e Fátima (Portugal-1917). Os episódios foram relatados por crianças, em um instante de atritos sociopolíticos e de execução de projetos de reafirmação dos ensinamentos católicos. As mensagens seguiram as orientações de valorização da fé, proteção aos eclesiásticos e divulgação das mensagens marianas. Neste sentido, consideramos as aparições em Pernambuco como parte de acontecimentos transnacionais e integrante de uma rede de colaboração, mas que resguardou as suas especificidades locais", completou a autoridade máxima católica.

Maria da Luz Teixeira de Carvalho nasceu em 16 de dezembro de 1922 e ficou conhecida por presenciar as aparições de Nossa Senhora, na Aldeia Guarda, em Cimbres, distrito de Pesqueira.

O nome Irmã Adélia ela ganhou ao entrar para o Instituto das Religiosas da Instrução Cristã. A freira morreu há seis anos, em 13 de outubro de 2013.

Conta a história que, em 6 de agosto de 1936, as garotas Maria da Conceição, 16 anos, e Maria da Luz, 13, estavam conversando em Cimbres, uma região dominada pelo dos cangaceiros vindos de Alagoas, sobre a possibilidade da aparição do bando quando a mais nova disse que Nossa Senhora protegeria as duas. Foi quando uma figura luminosa apareceu e teria dito às meninas: "Eu sou a graça".

Submetidas a exames psicológicos, as duas meninas foram declaradas normais. As duas garotas chegaram a pedir um sinal para que as pessoas acreditassem nelas quando começou a sair água de dentro de uma pedra, como uma fonte. Até hoje, todo mês de agosto, acontece uma festa religiosa no lugar.

As duas mulheres teriam visto Nossa Senhora durante toda a vida. Logo após as aparições, Maria da Conceição foi forçada pelo pai a casar, mas foi devolvida pelo marido porque não teria permitido a consumação do casamento. Passou, então, a maior parte da vida vivendo como freira, se vestindo como uma e fazendo caridades. No entanto, não entrou no convento porque na época não havia negras nesses espaços religiosos. Já Maria da Luz virou freira e teria visto Nossa Senhora também na hora da morte. Entre os milagres atribuídos à Irmã Adélia está a cura de uma criança que caiu do 5º andar. 

*Com informações do Diário de Pernambuco 

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