Acidente de avião

Marília Mendonça: filha de piloto diz que processo evitará novas fatalidades

Vitória Medeiros alega que falta de sinalização da torre de distribuição teria provocado as mortes da cantora, de seu pai e de outras três pessoas; segundo a empresa, contudo, sinalização no caso da torre envolvida na colisão não é obrigatória

Bernardo Lima*
Maria Eduarda Angeli*
postado em 18/11/2021 17:38 / atualizado em 18/11/2021 17:44
 (crédito: Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

Segundo a filha mais velha do piloto Geraldo Medeiros Júnior, que conduzia o avião que levava a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas até a cidade de Piedade de Caratinga, em Minas Gerais, “não é a primeira morte causada pela falta de sinalização da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais)”. Vitória Medeiros confirmou ao Correio que vai processar a empresa. Todos morreram no acidente, ocorrido em 5 de novembro.

Em seu Instagram, Vitória Medeiros alegou falta de sinalização da torre de distribuição que foi atingida pela aeronave. Segundo a jovem, sua intenção com o processo é proteger outras pessoas daqui para frente. A jovem conta à reportagem que a decisão veio logo após o acidente. “Minha expectativa é de que sinalizem para que não venha a ocorrer mais fatalidades, até porque já não é a primeira morte causada pela falta de sinalização da Cemig”, reforçou.

A defesa de Vitória argumenta que o acidente poderia ter sido evitado caso a rede de alta tensão não estivesse localizada num raio de 5 km do aeroporto, ou seja, fora da área de proteção, ou estivesse devidamente sinalizada. Médicos legistas apontam que a força do impacto deve ter sido o que levou à morte dos passageiros.

A aeronave atingiu uma linha de distribuição da Cemig antes de cair em uma cachoeira, a cerca de 4 km do aeroporto de Caratinga, em 5 de novembro. Além da cantora goiana e do piloto, outras três pessoas morreram no acidente: o copiloto, Tarciso Viana; o produtor Henrique Ribeiro; e o tio e assessor de Marília, Abicieli Silveira Dias Filho.

Em nota ao Correio Braziliense, a Cemig afirmou que segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos e declarou que investigações atualmente tocadas pelas pelas autoridades determinarão as causas do ocorrido. Além disso, a Companhia declarou que a sinalização no caso da torre envolvida na colisão não é obrigatória.

Confira a nota na íntegra:

"A Cemig esclarece que a Linha de Distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ, no trágico acidente de ontem, está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica Brasileiro (como mostra imagem já divulgada pela Cemig).

Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos.

A sinalização por meio de esferas na cor laranja é exigida para torres em situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido.

As investigações das autoridades competentes vão esclarecer as causas do acidente. A Companhia mais uma vez lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas."

*Estagiários sob a supervisão de Andreia Castro


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