Saúde pública

Nísia: vacina contra dengue disponível ainda é pouca

Ministra da Saúde lamenta que laboratório japonês que fabrica o imunizante tenha capacidade limitada de entregar os fármacos com rapidez e volume

Nísia: entrega de doses será aos municípios mais afetados pela doença -  (crédito: Jakob Polacsek/World Economic Forum)
Nísia: entrega de doses será aos municípios mais afetados pela doença - (crédito: Jakob Polacsek/World Economic Forum)

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, explicou ontem, em Davos, na Suíça — onde participa do Fórum Econômico Mundial — os motivos pelos quais a vacina da dengue será aplicada em apenas 1,1% da população brasileira. Conforme disse, o fabricante do imunizante, o laboratório japonês Takeda Pharma, tem baixa capacidade de produção e é por causa disso que o Ministério da Saúde dispõe de apenas 5 milhões de doses, o que permitiria a imunização de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas.

O número não cobre todas as pessoas na faixa etária priorizada, de seis aos 16 anos, que somam 30,5 milhões no país, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na última segunda-feira, o diretor do Plano Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti Fernandes, salientou que "de seis a 16 anos é uma faixa etária que vamos priorizar. Dentro dela, a gente vai decidir qual é o melhor grupo etário a se vacinar e atingir o resultado que seja operacionalmente interessante para estados e municípios".

Nísia disse que ainda não está fechado como vai ser a vacinação. "Depende da faixa etária, mas, também, do estado ou município mais afetado. Vamos olhar a faixa etária e a disponibilidade de vacinas, porque são necessárias 10 milhões de doses, mais ou menos, para vacinar essa população".

A ministra observou, porém, que não basta a imunização e que são necessárias outras medidas para conter a dengue, que passa por um aumento de casos no Brasil. "Vacina é um instrumento importantíssimo, mas não é único. Estamos recomendando as estratégias de controle. Identificamos que 75% da transmissão da doença ocorre dentro das casas ou no entorno delas. O controle dos vetores é importantíssimo", disse, referindo-se aos mosquitos transmissores, que se proliferam na água parada.

Pelo cronograma do PNI, a imunização — que requer duas aplicações da vacina — deve começar em fevereiro. "Incorporamos essa tecnologia, foi uma decisão pioneira num sistema público, mas o laboratório tem uma disponibilidade limitada de doses", lembrou a ministra.

 

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postado em 18/01/2024 03:55