ALERTA

Casos de dengue aumentam no Brasil, mas mortalidade diminui em 2024

Segundo informe do Ministério da Saúde, o número de diagnósticos positivos está subindo desde outubro do ano passado e houve um pico nas primeiras semanas deste ano

Ministério da Saúde divulga dados epidemiológicos e ações de combate à dengue no país -  (crédito: Marcelo Ferreira/C.B/D.A.Press)
Ministério da Saúde divulga dados epidemiológicos e ações de combate à dengue no país - (crédito: Marcelo Ferreira/C.B/D.A.Press)
postado em 25/01/2024 12:37 / atualizado em 25/01/2024 12:40

O Ministério da Saúde anunciou as ações que estão sendo feitas no enfrentamento ao aumento de casos de dengue no Brasil. Segundo a pasta, a doença se alastra com maior rapidez desde outubro do ano passado, com registro de pico de diagnósticos positivos em janeiro deste ano. Apesar da maior incidência da doença no país, a mortalidade diminuiu no primeiro mês de 2024.

O Informe Semanal das Arboviroses Urbanas do Ministério da Saúde divulgado na manhã desta quinta-feira (25/1), em coletiva de imprensa, mostrou que as três primeiras semanas de janeiro tiveram registro de 120 mil casos prováveis de dengue e 12 mortes. O mesmo período de 2023 registrou 44,7 mil casos prováveis e 26 mortes. É considerado caso provável aquele paciente com sintomas e sinais da doença, mas ainda com necessidade de confirmação por meio de testes laboratoriais.

Distrito Federal

De acordo com a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do MS, Alda Maria da Cruz, a diminuição da letalidade pode ser explicada pela “melhoria dos cuidados e manejos” dos profissionais da saúde.

Ela afirmou que o número de mortes na comparação entre 2022 e 2023 também diminuiu. A especialista comentou ainda que esse aumento no número de casos é "muito precoce" ao período de pico sazonal da doença — que são os primeiros seis meses do ano no Hemisfério Sul, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde. 

“Vivemos um grande momento de preocupação em relação à dengue em todas regiões do Brasil. Na região Sudeste e na Centro-Oeste há aumento expressivo. A dengue é uma doença cujos focos do mosquito estão 75% nas casas. Então, tem que ser uma ação [de prevenção] do governo e também dos cidadãos”, disse, por sua vez, a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Ela reiterou que esforços para atender as pessoas infectadas estão sendo intensificados e que está acompanhando as tendas de emergência montadas no Distrito Federal. A capital do país vive um surto de dengue atualmente. Em uma semana, ocorreu um aumento de 646% dos casos de dengue, chegando a 16 mil diagnósticos positivos. 

De acordo com a pasta da Saúde, há a predominância de casos do sorotipo 1 e alguns casos do tipo 2 da doença. Houve também o ressurgimentos dos sorotipos 3 e 4, que não eram encontrados no Brasil há 15 e 5 anos, respectivamente. 

Apesar do cenário alarmante, a diretora de Doenças Transmissíveis do MS, tentou tranquilizar a população. "Estamos entrando numa epidemia com todos os nossos estoques normalizados, o que não aconteceu no ano passado. Estávamos em situação crítica em janeiro de 2023", explicou. 

Estoque de combate à dengue

O Ministério de Saúde repassou R$ 256 milhões para todos estados e municípios aumentarem as medidas de prevenção e controle, como a visita de agentes comunitários nas residência e a limpeza de possíveis focos em locais públicos. A verba foi anunciada no fim do ano passado e já teve a primeira parcela paga, de R$ 111,5 milhões. 

Além disso, a pasta afirma ter qualificado 12 mil profissionais de saúde a identificarem sinais da dengue e a terem respostas rápidas à doença. Também houve a compra de testes para identificar a doença: 125 mil testes rápidos e 47,6 mil exames de biologia molecular. 

O estoque de inseticidas também está cheio. Ao todo, foram distribuídos 400 mil quilos de larvicida; 12,6 quilos de adulticida para aplicação em pontos estratégicos. Todos os estados estão abastecidos com os insumos. 

Método Wolbachia

A pasta também relembrou que o método Wolbachia está sendo aplicado em mais cidades brasileiras — a técnica consiste na disseminação de aedes aegypti junto com uma bactéria que impede que os mosquitos se reproduzam.

Os novos locais onde está sendo realizado o método são: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). As outras cidades já incluídas no plano seguem contempladas: Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio e Janeiro. 

Durante a coletiva de imprensa, as autoridades de Saúde também comentaram sobre uma possível parceria com o Ministério da Defesa para auxiliar na contenção da dengue. O Exército brasileiro auxiliaria no atendimento de saúde nas tendas de emergência. A efetivação ou não da ideia será definida ainda hoje.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->