SAÚDE

Dengue: tecnologia no sistema de saúde pode ajudar municípios e o DF

Hêider Pinto, pesquisador da plataforma eletrônica da saúde (Ipes), diz que a tecnologia serve para cruzar dados e criar estratégias

Sanitarista Hêider Pinto diz que tecnologia aliada à comunicação pode salvar vidas
 -  (crédito: Talita de Souza/CB/D.A Press)
Sanitarista Hêider Pinto diz que tecnologia aliada à comunicação pode salvar vidas - (crédito: Talita de Souza/CB/D.A Press)
postado em 12/03/2024 13:25

Recife — Com mais de 100 mortes confirmadas por complicações em decorrência de dengue, o Distrito Federal vive uma das mais severas epidemias da doença. Além do número de vítimas, a cobertura de vacinação do primeiro grupo prioritário — crianças de 10 a 14 anos — também não chega perto do ideal.

De acordo com o médico sanitarista e pesquisador da plataforma eletrônica da saúde (Ipes) Hêider Pinto, tecnologia no sistema de saúde e na comunicação com os cidadãos são valiosos parceiros na luta contra a doença no DF e em outros municípios e estados que sofrem com a epidemia.

Ao Correio, o pesquisador aponta a importância de construir pontes de informação entre o governo e a população, recrutando, inclusive, os cidadãos para serem ativos na identificação de focos de dengue. Para isso, é necessário construir uma solução tecnológica que permita o diálogo.

“Um exemplo aqui do Recife é o Conecta Recife, o portal de serviços. Na época da tragédia das chuvas no ano passado, a maior fonte de informação de onde tinha mais risco de desabamento e tinha mais desabrigados foi a população. Ela informou os locais e todo dia de manhã tinha um gabinete de crise indo nesses locais indicados”, diz o médico ao Correio.

O Conecta Recife é o portal do município que reúne todos os serviços públicos de maneira digital e permite à população enviar demandas e denunciar condições prejudiciais de todos os âmbitos da sociedade.

“Eu posso fazer a mesma coisa na dengue. Observar os locais falados pela população, aprender de onde estão vindo mais casos, de onde estão vindo as pessoas mais hospitalizadas e aí fazermos uma intervenção”, acrescenta.

Hêider também diz que a tecnologia serve para cruzar dados e criar estratégias. “A partir do levantamento de dados sobre os casos mais graves, podemos criar uma nova forma de acompanhar essas pessoas que não ficam nos hospitais, até porque eles estão lotados. Temos que acompanhar, preciso interagir com ela, orientar a família dela. Isso tudo o Recife conseguiu avançar pela combinação de tecnologias digitais de expandir os olhos da Saúde”, detalha.

“A partir dessa comunicação de confiança com certeza, e obviamente, isso melhora até os índices de vacinação”, garante Hêider.

Conecta Recife

A burocratização é apontada por brasileiros como um dos principais problemas no serviço público, principalmente quando afeta os serviços oferecidos para a população. Por isso, estados e municípios têm buscado a tecnologia para desconstruir e encontrar um novo modelo de gestão que modernize a máquina pública.

É o caso do Recife, que reúne no evento Conecta Recife entidades, empresas e atores de todo o país para discutir como driblar os desafios históricos de maneira eficiente e duradoura.

Durante dois dias, além de debates e painéis temáticos que abordarão os temas inteligência artificial, transformação digital e outros, uma exposição de empresas desenvolvedoras de novas tecnologias e apresentação de cases de sucesso fazem parte do evento.

*A jornalista viajou a convite do evento

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