MORTE

Instituto aponta razões para a morte de mais de 700 pinguins no litoral de SP; Ibama investiga

Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) indica razões que podem explicar o alto número de animais mortos nas praias do Brasil. Ao Correio, Ibama reforçou investigação do caso

Cerca de 750 pinguins apareceram mortos no litoral do estado de São Paulo, nesta semana, segundo informações do Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC). O aparecimento de corpos dos animais da espécie Spheniscus magellanicus começaram a ser notados desde 15 de agosto em cidades como em Cananéia, Iguape e Ilha Comprida.

Todos os animais foram encontrados mortos e em estágio avançado de decomposição, o que impede análises precisas sobre as causas da mortandade. A maior concentração de carcaças foi registrada em Ilha Comprida, no litoral sul paulista, onde mais de 350 pinguins foram encontrados em apenas quatro dias. 

O estado de decomposição dos animais, de acordo com o IPeC, pode indicar que a morte ocorreu há semanas em alto-mar, com os corpos sendo posteriormente arrastados pelas correntes marítimas até a costa. 

Por que os pinguins morreram?

Segundo especialistas do IPeC, hipóteses explicam que a mortalidade dos pinguins podem ter tido como causas os efeitos da migração desses animais para o litoral brasileiro. Os pinguins costumam vir de regiões como a Patagônia (Chile e Argentina) para a costa brasileira em busca de alimentos e principalmente de água quente.

Na busca por comida no litoral paulista, de acordo com o IPec, esses animais podem ter desenvolvido parasitoses e problemas decorrentes de quadros infeciosos. Isso poderia ter sido a causa da morte dos cerca de 750 pinguins que surgiram nas areias das praias do litoral paulista. 

Monitoramento contínuo

O IPeC comunicou manter equipes trabalhando no levantamento e coleta dos animais ao longo de todo o litoral paulista. Os dados coletados pelo IPeC são repassados para órgãos ambientais federais e estaduais para acompanhamento da situação.

Em resposta ao Correio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirmou em nota que estão em "investigação" as causas das mortes dos pinguins. "Apesar dos números elevados de mortalidade, o instituto conseguiu resgatar alguns animais ainda vivos, que foram encaminhados para centros de reabilitação", informou o órgão.

Segundo o Ibama, no entanto, a taxa de sobrevivência desses animais é baixa "devido ao estado debilitado em que os pinguins chegam à costa". "Especialistas reforçam a importância do monitoramento costeiro contínuo e da ampliação de pesquisas sobre os impactos ambientais que atingem espécies migratórias, que chegam ao Brasil durante o inverno em busca de alimento", afirmou o comunicado do Ibama.

Confira a nota completa:

"O Ibama informa que as causas das mortes dos pinguins ainda estão em investigação. O Ibama poderá ser acionado caso seja constatada alguma irregularidade, como indícios de pesca ilegal ou outras atividades humanas que possam ter contribuído para a mortalidade em massa.
Esses episódios são acompanhados pelos Projetos de Monitoramento de Praias (PMPs), inicialmente ligadas ao licenciamento ambiental do setor de petróleo e gás. Os PMPs têm como objetivo registrar ocorrências de espécies marinhas, como tartarugas, aves, répteis e mamíferos marinhos, gerando informações que permitem avaliar impactos e propor medidas de mitigação.
Enquanto isso, especialistas reforçam a importância do monitoramento costeiro contínuo e da ampliação de pesquisas sobre os impactos ambientais que atingem espécies migratórias, que chegam ao Brasil durante o inverno em busca de alimento."

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