O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e as autoridades policiais da Irlanda deflagraram a Operação Cassandra, nesta quarta-feira (3/9), para desarticular uma rede internacional de tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, desde 2017 o grupo atuou em 14 países dos cinco continentes, aliciando brasileiras com falsas promessas e as levando de forma irregular ao exterior para serem exploradas sexualmente. A organização faturou cerca de R$ 5 milhões por ano com o esquema.
Nos últimos oito anos, pelo menos 69 brasileiras foram vítimas do grupo criminoso e exploradas em diversos países, como Irlanda, Nova Zelândia, Reino Unido, México, Croácia, Grécia, Israel, Singapura, Arábia Saudita e África do Sul. Elas eram aliciadas com a promessa de melhores condições de vida e levadas ao exterior com vistos obtidos a partir de falsas propostas de emprego ou de estudo e documentos falsificados para burlar o controle de migração.
Foram cumpridos cinco mandados de prisão em Santa Catarina e na Irlanda, contra o líder do grupo e os principais integrantes dos núcleos financeiro e operacional, todos brasileiros. Os pedidos foram feitos pelo MPF e autorizados pela Justiça Federal, para impedir a continuidade do crime, tentativas de fuga ou a intimidação das vítimas.
Além disso, a pedido da PF, a 1ª Vara Federal de Florianópolis autorizou o cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão contra outros 13 brasileiros, como entrega de passaporte, proibição de deixar o país ou entrar em contato com as vítimas.
Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão na casa dos investigados e em empresas usadas pela organização criminosa para lavar o dinheiro obtido com os crimes. A Justiça determinou o bloqueio de bens, como carros e imóveis, e valores em contas bancárias e carteiras de criptoativos dos investigados e de 15 empresas em nome de laranjas. Os mandados são cumpridos na Irlanda e nos estados brasileiros de Santa Catarina, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais.
O grupo é investigado por tráfico internacional de pessoas, lavagem de dinheiro, organização criminosa, rufianismo (que é obter lucro com a prostituição de outras pessoas), falsificação de documentos, crimes contra o sistema financeiro nacional e sonegação fiscal.
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