
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiantou, ontem, que ligará novamente para Donald Trump caso não haja nova reunião entre eles, até o fim da COP30 — entre 11 e 21 de novembro —, para discutir o tarifaço de 50% às exportações brasileiras. O governo norte-americano deixou claro que o presidente dos Estados Unidos, um negacionista das mudanças climáticas, não virá à conferência em Belém e a Casa Branca não pretende mandar representante de primeiro escalão.
Lula disse ter saído do encontro com Trump, na Malásia, com a certeza de que haverá um acordo sobre o tarifaço. Na ocasião, pediu também o fim das sanções contra autoridades brasileiras.
"Quando terminar a COP, se não tiver marcada a reunião entre os meus negociadores e os negociadores do Trump, vou ligar outra vez. Porque ele tem o meu telefone e eu o dele. Eles estão preparados para marcar uma nova reunião. Se for o caso, ir a Washington negociar. Disse ao presidente Trump, com todas as letras, e entreguei por escrito. Queremos que ele abra mão das punições aos nossos ministros da Suprema Corte e que as taxas sejam zeradas para a gente começar a discutir", explicou, em entrevista às agências internacionais, em Belém.
Restrição aérea
Já o espaço aéreo de Belém sofrerá severas restrições de voo durante a Cúpula de Líderes, amanhã e sexta-feira. Segundo o comando da Força Aérea Brasileira (FAB), serão ativadas três áreas de exclusão aérea, em raios que terão como ponto de referência o hangar do Centro de Convenções da Amazônia, onde os chefes de Estado e de governo se reunirão.
Uma das preocupações da FAB é impedir o sobrevoo de drones nas áreas de segurança nas proximidades do Aeroporto de Belém. Para identificar e neutralizar esse tipo de equipamento, os militares usarão antidrones.
Em São Paulo, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), reforçou a expectativa de atrair o capital privado para o Fundo de investimento Florestas Tropicais para Sempre (TFFF em inglês). A iniciativa, que será lançada na COP, prevê que países e empresários invistam na conservação de florestas presentes em 74 nações do sul global.
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"Nossa expectativa é de que, para cada US$ 1 de capital público, a gente possa ter pelo menos US$ 4 de capital privado", disse Marina, em evento realizado em São Paulo voltado para investimentos sustentáveis.
O TFFF tem apenas o aporte de US$ 1 bilhão feito pelo Brasil. Segundo a ministra, um maior maior engajamento de países em prol do fundo atrairá a entrada de novos investidores. "Quanto mais tivermos recursos públicos, mais nós estaremos atraindo o capital privado", observou.
Saiba Mais
Victor Correia
RepórterFormado jornalista pela UnB. Estagiou no Correio de 2016 a 2018 em Ciência, Saúde e Tecnologia. Atuou em assessoria até 2022, quando voltou ao Correio. Repórter de Política, Brasil e Economia.

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