Igualdade

Sessão solene celebra a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem-Viver

Nesta terça-feira, Dia Internacional de Eliminação da Violência contra a Mulher, haverá várias atividades alusivas à questão. No Congresso Nacional, parlamentares debatem o tema

Para Daiana dos Santos, a marcha mostra a
Para Daiana dos Santos, a marcha mostra a "força coletiva" da mulher - (crédito: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados )

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem-Viver volta às ruas nesta terça-feira (25), 10 anos após sua primeira realização, com uma agenda que inclui uma sessão solene na Câmara dos Deputados. A mobilização ocorre durante semana de atividades iniciada no dia 20 e programada até 26 de novembro, em Brasília, com debates e ações culturais organizadas por redes e movimentos de diversas regiões do país. A ideia é reafirmar o enfrentamento ao racismo, ao sexismo e às desigualdades que atingem a população negra feminina.

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A concentração do ato começa às 9h, no Museu da República, no Setor Cultural Sul, ponto de partida de onde milhares de participantes seguirão em direção à Esplanada dos Ministérios. No mesmo horário, será realizada a Sessão Solene do Congresso Nacional em homenagem à Marcha, destacando o papel das mulheres negras na democracia brasileira. O evento será no Plenário da Câmara dos Deputados, com a presença de parlamentares e lideranças convidadas, entre elas as deputadas federais Benedita da Silva (PT-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Daiana Santos (PCdoB-RS) e Célia Xakriabá (PSOL-MG), que devem discursar utilizando o plenário como espaço de denúncia e afirmação política.

A edição de 2025 retoma pautas que permanecem centrais desde 2015, entre elas a violência estatal contra jovens negros, ataques às religiões de matriz africana, dificuldades de acesso a renda, moradia e políticas públicas, além de impactos diretos da precarização do trabalho. Segundo a organização, o objetivo é reunir cerca de 1 milhão de pessoas e fortalecer uma agenda que pretende pressionar instituições e autoridades por mudanças concretas.

Supremo

Às 19h30, representantes da marcha participam de audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin. Na reunião, será apresentada a urgência de rever a política de segurança pública em vigor, especialmente após a chacina ocorrida na Penha, no Rio de Janeiro, fato que impulsionou ainda mais as demandas por responsabilização das autoridades e revisão de protocolos oficiais.

Célia Xakriabá (PSol-MG), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, afirmou ao Correio que a Marcha representa "um chamado do Brasil profundo", já que o ato expressa a força de mulheres que sustentaram o país e ainda enfrentam desigualdades. Para a deputada, "democracia sem mulheres negras não existe, e o Estado tem o dever de garantir vida digna, trabalho, proteção e participação política para todas nós", acrescentando que estará presente na cerimônia e no ato previsto para o final da manhã.

A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), que também participa da Marcha, afirmou que estará presente "marchando lado a lado com mulheres negras de todo o país, reafirmando a força coletiva e a centralidade da luta das mulheres negras na transformação do Brasil". 

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A presença das parlamentares em diferentes momentos do dia busca ampliar a visibilidade do ato dentro das instituições, reforçando o diálogo entre mobilização social e atuação legislativa. O conjunto das atividades pretende consolidar a Marcha como instrumento de pressão contínua em defesa de reparação histórica, acesso a direitos, respeito religioso, segurança e garantia de participação política para mulheres negras em todo o território nacional. 

*Estagiária sob a supervisão de Edla Lula

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postado em 25/11/2025 04:29
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