A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar uma acareação entre integrantes do Banco Central e o ex-banqueiro Daniel Vorcaro, do Banco Master, provocou reação imediata entre os auditores da entidade monetária. A Associação Nacional dos Auditores do Banco Central do Brasil (ANBCB), em nota ao jornal Folha de S.Paulo, afirma que não enxerga coerência na medida e que a determinação gerou insatisfação interna.
De acordo com o presidente da ANBCB, Thiago Rodrigues Cavalcanti, a convocação do diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino, para ficar frente a frente com Vorcaro e com o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), Paulo Henrique Costa, é vista como exagerada.
“Qual é a lógica de uma acareação entre Vorcaro, Paulo Costa e o diretor Ailton? Por que o Ailton? Como é que o Ailton chegou a esse contexto? Por que não o Galípolo [presidente do BC]? Por que não o Renato?”, questiona o representante da entidade, mencionando o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, Renato Gomes.
Ele rebate também a personalização da responsabilidade sobre a liquidação do Banco Master. “Por que não um grupo de servidores, já que não foi o Ailton quem disse: ‘Vamos liquidar o Master’. Existe um corpo de servidores envolvidos nesse processo. Você não pode pegar um diretor e achar que ele vai entender tudo que o aconteceu em todos os momentos.”
A discussão ocorre no momento em que o Banco Central procurou esclarecimentos no STF sobre qual seria a condição de Aquino na acareação — se testemunha, investigado ou parte ofendida. Toffoli respondeu que nem o diretor, nem o BC figuram como investigados e manteve a oitiva para a próxima terça-feira (30), durante o recesso do Judiciário.
Para Cavalcanti, a convocação cria um ambiente de intimidação sobre a equipe técnica. “Fazer uma acareação com um diretor é uma pressão, digamos, direta e talvez até indevida em cima dos servidores do banco. Existem várias outras formas de você colher mais informação no fluxo do processo”, afirma.
Na semana passada, o Sinal-SP, sindicato que também representa servidores do BC, declarou acompanhar com atenção as movimentações no STF e no TCU e reafirmou “sua confiança na atuação técnica, íntegra e responsável” do Banco Central.
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