Vacina contra covid-19 testada no DF mostrou até 90% de eficácia; entenda

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postado em 05/08/2020 22:53
Vacina da farmacêutica chinesa Sinovac é testada no DFO Hospital Universitário de Brasília (HUB) realizou nesta quarta-feira (5/8) o primeiro dia de testes da vacina contra a covid-19 da farmacêutica Sinovac Biotech. Pesquisadores e médicos da Universidade de Brasília (UnB) conduziram o ensaio, coordenado pelo Instituto Butantan, e vacinaram cinco voluntários.

O Correio acompanhou o dia de exames e separou os principais tópicos desse primeiro dia de testes para detalhar o início do projeto. Confira:


Voluntários



Cinco pessoas receberam o produto vacinal nesta quarta-feira, todos profissionais da saúde do HUB que atuam no atendimento a pacientes com o novo coronavírus. O primeiro voluntário foi o médico Gabriel Ravazzi, 31 anos. Ele chegou ao hospital às 9h e passou a manhã sendo examinado pelos profissionais da pesquisa para saber se estava apto a participar do teste. A vacinação aconteceu às 13h30 e ele foi liberado uma hora depois. Outros quatro profissionais da saúde receberam a imunização em teste posteriormente. Os últimos foram liberados a partir das 20h. Mais cinco pessoas vão participar do projeto amanhã. O HUB vai divulgar em breve informações de como se voluntariar para participação. Ao todo, 850 profissionais da saúde do Distrito Federal devem receber a vacina neste teste.

Exames



O procedimento é demorado, pois os voluntários devem estar em boas condições de saúde e não terem sido contaminados com a covid-19. Por isso, uma bateria de exames é realizada, como sanguíneos e cardiológicos, além dos testes do coronavírus que mostram se a pessoa já teve contato com o vírus. Após o resultado destes exames, o voluntário recebe a vacina. Ele ainda é orientado sobre os próximos dias, recebe um diário de bordo para detalhar os sintomas diários e é acompanhado por mais uma hora após a vacinação para que os médicos possam verificar algum possível efeito imediato. Eles retornam ao hospital em 14 dias, para a segunda dose.


Fases



Esses testes estão na fase 3, o que significa que eles já passaram por duas fases de estudos, que mostraram que o produto vacinal é seguro e eficaz com um grupo reduzido de pessoas. Inicialmente, as pesquisas chegaram a demonstrar uma produção de anticorpos neutralizantes em 90% dos participantes que receberam a imunização. Nessa etapa atual, o objetivo é comprovar essa eficácia e segurança em um grupo maior de pessoas. Caso isso seja comprovado, as próximas etapas envolvem o requerimento de registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a produção e distribuição da vacina.


Próximos passos



O objetivo do grupo envolvido no projeto é incluir entre 20 a 40 pessoas por dia nos testes a partir das próximas semanas, mas somente com a evolução diária futura será possível afirmar até que mês os ensaios vão acontecer. Também não há previsão de quando a vacina pode ser disponibilizada para a população em geral, pois esse cronograma depende de uma série de fatores. Por exemplo, caso os primeiros resultados mostrem uma discrepância grande entre os voluntários que receberam placebo e aqueles que receberam o produto vacinal, com a vacina se mostrando muito mais efetiva, não é preciso continuar o teste com todos os voluntários para se chegar à conclusão de que ela é eficaz. Os pesquisadores ressaltaram que, caso concluído com sucesso os testes, todos os voluntários vão receber a medicação, até mesmo aqueles que receberam placebo.

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