VIOLÊNCIA

Guerra entre gangues provoca mais uma morte em Ceilândia, segundo polícia

Jonathan Sousa Lopes foi assassinado a tiros, na rua da QNO 18, na Expansão do Setor O. Homicídio tenha relação com guerra entre gangues de quadras rivais da região, segundo a Polícia Civil

Sarah Peres
postado em 04/12/2020 17:05 / atualizado em 04/12/2020 17:06
24ª Delegacia de Polícia (Setor O) investiga o crime -  (crédito: Rodrigo Antonelli/Esp. CB/D.A Press)
24ª Delegacia de Polícia (Setor O) investiga o crime - (crédito: Rodrigo Antonelli/Esp. CB/D.A Press)

Um homicídio traz luz, novamente, à guerra entre gangues das QNO 17 e 18, na Expansão do Setor O, em Ceilândia. A vítima é Jonathan Sousa Lopes, 22 anos, preso em novembro 2018, acusado de roubar e matar Osterno Guilherme Martins Linhares de Sousa, 16. Posteriormente, a Justiça absolveu o jovem.

Jonathan Sousa morreu na noite de quinta-feira (3/12), em frente ao Centro de Ensino Fundamental nº 31, na QNO 18. Segundo a polícia, ele teria envolvimento com uma gangue local, e os suspeitos de matá-lo teriam participado do assassinato de Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, 5, em maio de 2018. A menina morreu vítima da violência desencadeada por rixa entre criminosos das duas quadras rivais.

Jonathan foi assassinado a tiros, na rua da QNO 18. Ele chegou a ser socorrido no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas morreu minutos depois. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), onde a perícia determinará a causa da morte.

A 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) investiga o caso e tenta confirmar a identidade dos suspeitos. A princípio, o assassinato de Jonathan não teria relação com o latrocínio de Osterno Guilherme nem com a morte de Maria Eduarda. Agentes buscam imagens de câmeras de segurança que possam ter captado a ação criminosa.

Absolvido por latrocínio

Jonathan Sousa foi preso em maio de 2018 pelo latrocínio de Osterno Guilherme, filho de um sargento do Corpo de Bombeiros. O crime ocorreu na QNO 18. O jovem foi acusado de ter atirado no rosto da vítima. Apesar do material apresentado pela investigação da 24ª DP, ele foi absolvido pela Justiça. 

Osterno Guilherme esperava o pai em frente à residência quando foi morto durante um roubo
Osterno Guilherme esperava o pai em frente à residência quando foi morto durante um roubo (foto: Reprodução)

Em 2019, ele foi detido mais uma vez, à época, por roubo. Ele agiu em companhia de um adolescente. Moradores do Setor O conseguiram impedir que Jonathan fugisse, e ele chegou a ser linchado pelo grupo antes de ser levado para a delegacia. O processo pelo crime está no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Morte de criança expõe guerra entre gangues

Maria Eduarda Amorim morreu vítima de disparos em casa, onde vivia com a família, na QNO 18. A menina foi assassinada no lugar do irmão, que teria suposto envolvimento com criminosos da quadra. O grupo teria uma rixa com bandidos da QNO 17.

O homicídio trouxe à tona a situação de violência que amedronta os moradores de ambas as quadras da Expansão do Setor O. Três adolescentes foram apreendidos, e um homem, Walisson Ferreira da Silva, preso.

Maria Eduarda morreu por conta da guerra de gangues rivais da QNO 17 e 18 de Ceilândia
Maria Eduarda morreu por conta da guerra de gangues rivais da QNO 17 e 18 de Ceilândia (foto: Reprodução)

Em novembro de 2019, Walisson Ferreira passou por julgamento no Tribunal do Júri de Ceilândia. Ele foi considerado culpado pelo assassinato de Maria Eduarda e pela tentativa de homicídio contra o irmão dela.

Ele está preso e cumpre pena de 36 anos de prisão, em regime inicial fechado. Por ter praticado os crimes em companhia de adolescentes, ele também respondeu por corrupção de menores.

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    Osterno Guilherme esperava o pai em frente à residência quando foi morto durante um roubo Foto: Reprodução
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    Maria Eduarda morreu por conta da guerra de gangues rivais da QNO 17 e 18 de Ceilândia Foto: Reprodução
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