ABRIGO

Acolhimento a vítimas de agressão: Casa da Mulher Brasileira reabre em Ceilândia

Quase três anos depois que a unidade da Asa Norte foi fechada, centro de acolhimento para vítimas domésticas volta a funcionar, em novo endereço

Jéssica Gotlib
postado em 19/04/2021 21:44
Unidade que funcionava na Asa Norte foi desativada em 2018 após interdição da Defesa Civil -  (crédito: Renato Alves / GDF)
Unidade que funcionava na Asa Norte foi desativada em 2018 após interdição da Defesa Civil - (crédito: Renato Alves / GDF)

Enquanto o país registra altos índices de violência doméstica — em 2020 foram 105,8 mil só no Disque 100 e Ligue 180, fora registros de boletins de ocorrência —, o Distrito Federal reabre um importante polo para mitigação desse problema. A Casa da Mulher Brasileira, que antes era sediada na Asa Norte, volta a funcionar a partir desta terça-feira (19/4).

Poucos dias depois de completar três anos da interdição da primeira sede pela Defesa Civil, o espaço será reaberto no centro de Ceilândia, à beira da avenida Hélio Prates (CNM 01, Bloco I, lote 3). De acordo com informações do Governo do Distrito Federal (GDF), a ideia é que o equipamento público preste todos os serviços previstos desde a formulação do projeto: de triagem, acolhimento psicológico e escuta a abrigo temporário para aquelas que não têm alternativas para se afastarem do agressor.

Serviços

Neste primeiro momento, apenas a etapa inicial estará em funcionamento. Em um espaço composto por sala de eventos, auditório, brinquedoteca e refeitório, as vítimas poderão ter auxílio de uma equipe multiprofissional. Agentes e assistentes sociais, pedagogos e psicólogos da Secretaria da Mulher devem estar disponíveis.

O GDF divulgou um escalonamento da inauguração dos demais serviços. Em maio, serão implantados o Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher, da Defensoria Pública; a Assessoria Técnica de Violência Doméstica, do Ministério Público; e o Centro Judiciário da Mulher, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Também no próximo mês, existe a promessa da inauguração de um espaço de “promoção da autonomia econômica”, segundo informativo do governo distrital divulgado à imprensa. Neste local, devem ser oferecidos cursos e oficinas para todas as moradoras do DF — sejam elas vítimas de violência ou não.

Por último, e ainda sem data definida para a abertura, está prevista a Casa de Passagem. O local é uma espécie de abrigo temporário que vai receber, por até 48 horas, as mulheres que precisam fugir de suas casas. Em seguida, elas serão encaminhadas a um lugar seguro indicado pelas próprias vítimas ou para a rede de serviços externos de enfrentamento à violência.

Investimento

O edital com o chamamento público para o aluguel da propriedade, por 24 meses, foi divulgado em novembro do ano passado. O GDF não publicou os valores pagos à proposta vencedora, mas o programa teve, em 2020, um incremento orçamentário. Para se ter uma ideia, em outubro, foram disponibilizados R$ 3,4 milhões para que a Secretaria da Mulher usasse no projeto.

É que a Casa da Mulher Brasileira, que existe desde 2015, recebe verba do governo federal. Ano passado, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) publicou um termo aditivo do convênio para manutenção do programa no DF.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação