MOBILIDADE

Após dia de paralisação, rodoviários do DF voltam às atividades nesta terça

Sindicato da categoria informou que serviço de transporte coletivo será totalmente restabelecido. No entanto, trabalhadores não descartam possibilidade de nova paralisação caso não haja acordo por vacinação contra a covid-19

Edis Henrique Peres
postado em 04/05/2021 00:02 / atualizado em 04/05/2021 00:04
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Os ônibus do Distrito Federal voltam a circular normalmente nesta terça-feira (4/5), após 24 horas de paralisação total dos rodoviários. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros Urbanos, Interestaduais, Especiais, Escolares, Turismo e de Carga do Distrito Federal (Sittrater-DF) informou que as atividades da categoria serão totalmente restabelecidas.

Nesta segunda-feira (3/5), a categoria suspendeu 100% da circulação dos coletivos, e nenhum ônibus saiu às ruas. Com a situação, muitos brasilienses tiveram de recorrer ao transporte pirata ou por aplicativo para chegar ao trabalho. Os rodoviários cruzaram os braços para cobrar do Governo do Distrito Federal (GDF) a vacinação da categoria, que ainda não entrou na lista de grupos prioritários da campanha de imunização contra a covid-19.

 

O movimento acabou na Justiça. No sábado (1º/5), uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) suspendeu a greve dos rodoviários e determinou que houvesse manutenção da frota mínima de 60% dos ônibus em circulação no horário de pico e de 40% nos demais períodos do dia. A multa estabelecida ficou em R$50 mil por dia em caso de descumprimento.

No dia seguinte, a segunda instância da corte reconheceu o direito de greve dos trabalhadores dos serviços de transporte público e suspendeu a liminar anterior. A desembargadora que analisou o caso considerou que o pedido de suspensão deveria partir da Justiça do Trabalho e, portanto, o movimento poderia continuar.

O Executivo local recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o argumento de que o serviço de transporte público é considerado essencial. Em decisão divulgada na noite desta segunda-feira (3/5), o presidente da corte, Humberto Martins restabeleceu a liminar da primeira instância do TJDFT, POR entender que a interrupção do serviço representa risco à ordem pública.

O Sinttrater ainda não comentou a decisão do STJ. No entanto, em nota anterior, o sindicato havia destacado que vai discutir os próximos passos da reivindicação dos trabalhadores e que a categoria não descarta a possibilidade de fazer novas paralisações caso não haja acordo com o governo.

"O GDF mudou a promessa que incluía os trabalhadores no calendário de vacinação prioritariamente. Após esse anúncio, alterou o discurso e passou a informar que, somente após vacinar as forças de segurança e professores, os trabalhadores do transporte entrariam na fila. Ocorre que, com a falta de vacinas, isso só viria a ocorrer dentro de longo prazo", afirma o texto do sindicato. A entidade reforçou que a categoria fica diariamente exposta e tem índices altos de contaminação.

Na reunião mais recente com os líderes do movimento, na sexta-feira (30/4), o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, afirmou que não seria possível vacinar a categoria em regime de prioridade mesmo que houvesse doses. O motivo seria o fato de os rodoviários não estarem entre as prioridades previstas no calendário nacional de vacinação.

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