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"Rotina é essencial para qualidade do sono", explica Mônica Muller

A psicóloga clínica, em entrevista ao CB Poder, explicou os problemas da insônia causados pela pandemia do novo coronavírus. Mônica destaca que procurar ajuda é o primeiro passo

Edis Henrique Peres
postado em 24/06/2021 17:44 / atualizado em 24/06/2021 17:45
Especialista em sono, a psicóloga Mônica Muller foi a entrevistada do CB Saúde -  (crédito: Minervino Junior/CB/DA Press)
Especialista em sono, a psicóloga Mônica Muller foi a entrevistada do CB Saúde - (crédito: Minervino Junior/CB/DA Press)

Mesmo com a pandemia, os cuidados com a saúde devem prosseguir. Observar o cansaço, a memória, agilidade e concentração são fatores importantes para descobrir se um atendimento médico é necessário para avaliar a qualidade do sono. O alerta é da psicóloga clínica e especialista em sono, Mônica Muller. A especialista destaca: “não precisamos esperar o período da pandemia passar para nos cuidarmos, até porque não sabemos quando ela vai acabar”. Mônica conta que, devido à tensão e à mudança de rotina causadas pelo isolamento exigido pela covid-19, o número de pessoas que sofrem com insônia aumentou.

“Antes da pandemia, a insônia já afetava grande parte da população. É importante entender que o desencadeamento dela se dá, principalmente, pela falta de rotina nos horários de dormir e acordar. A crise sanitária da covid-19 alterou justamente isso, porque as pessoas começaram a trabalhar de casa, com as crianças e adolescentes assistindo aulas on-line. Isso tudo causou uma grande desorganização do padrão do sono”, explica.

Mônica foi entrevistada desta quinta-feira (24/6) pela jornalista Carmem Souza, no CB Saúde — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília. A psicóloga explica que, para ser considerado insônia crônica, o paciente deve sofrer com os sintomas por um período de três meses. No entanto, ela pontua que a insônia não se restringe a não dormir durante toda a noite.



“Existem quatro características da insônia. A primeira é a dificuldade de iniciar o sono, que chamamos de insônia inicial. A segunda é de manutenção do sono, que chamamos de insônia de manutenção, quando a pessoa acorda uma ou mais vezes durante a noite. O terceiro sintoma é a insônia terminal ou despertar precocemente. Já a quarta característica é quando a pessoa se queixa de um sono não reparador. Ela dorme a noite inteira, mas acorda cansada”, esclarece.

 

Medicações

A especialistas destaca que é fundamental que os pacientes busquem ajuda especializada. “Além disso, devem tomar cuidado com a automedicação. Algumas pessoas, com medo de saírem de casa por causa da pandemia, passaram a se automedicar, e não apenas em relação ao sono. Também existe o hábito de ‘copiar’ a receita que um amigo está tomando. Isso pode ser muito perigoso”, alerta.

Mônica revela que as dicas para melhorar a qualidade do sono envolvem a regularidade dos horários. “Definir um horário para acordar e dormir. Se eu acordo às seis horas, vou continuar acordando às seis, independente de como eu dormir durante a noite. A insônia geralmente começa com essa atitude compensatória. A pessoa não tem uma boa noite de sono e tenta compensar, em outro horário, o seu sono. E isso bagunça a sua rotina”, finaliza.

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