Violência

Homem é condenado a 20 anos por matar companheira com taco de beisebol

Julgamento foi na tarde desta quinta-feira (18/3). Familiares da vítima não estão satisfeitos com a pena e querem recorrer

Renata Nagashima
postado em 18/03/2022 12:05 / atualizado em 18/03/2022 12:05
Larissa foi morta após receber sucessivos golpes de taco de beisebol -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Larissa foi morta após receber sucessivos golpes de taco de beisebol - (crédito: Arquivo Pessoal)

O homem acusado de espancar e matar a companheira com um taco de beisebol no Condomínio Del Lago, no Itapoã, em maio do ano passado, foi condenado a 20 anos de prisão. João Paulo de Moura Sousa, 23 anos, foi julgado na tarde desta quinta-feira (17/3), no Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, em Planaltina, pelo feminicídio de Larissa Nascimento, 22 anos.

Na sentença, o Tribunal entendeu que o crime foi cometido por motivo torpe, uma vez que, segundo a sentença, João Paulo começou a agredir Larissa com tapas, chineladas e golpes com um bastão de beisebol depois de ter encontrado cocaína e rohypnol no quarto do casal. Por fim, o Tribunal do Júri do Paranoá condenou João Paulo a 20 anos de reclusão, em regime fechado, e não foi concedido ao acusado o direito de apelar em liberdade.

A família de Larissa ainda espera por justiça e vai recorrer da sentença. “Estamos aguardando posicionamento do Ministério Público e nosso advogado disse que vai recorrer também. Não é justo, a forma como aconteceu ele pegar apenas 20 anos de prisão”, disse a irmã da vítima, Letícia Nascimento, ao Correio.

Protesto

Na tarde de ontem, pouco antes do julgamento, familiares e amigos de Larissa Nascimento protestaram com cartazes em frente ao Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, em Planaltina. Em um deles o dizeres “Quem ama não humilha, não maltrata e não mata. Queremos justiça!”

Os pedidos de justiça pela morte precoce de Larissinha, como era chamada carinhosamente por quem a conhecia, vêm acompanhados de saudade, como diz o cartaz “Nós queremos justiça por Larissinha. Infinita saudades”. A jovem, que morreu aos 22 anos, deixou um bebê de 8 meses na época do crime.

Mãe jovem, Larissa demonstrava o amor pelo filho publicando fotos do pequeno nas redes sociais. Cheia de sonhos, ganhou homenagem de amigos e familiares no Facebook após o ocorrido. “Meu coração está aqui em pedaços, não quero nem acreditar que você se foi, minha irmã”, escreveu o irmão da vítima.

Para os familiares e amigos que aguardavam o julgamento de João na entrada do Fórum, o apelo ia além da justiça pelo feminicídio da jovem. Eles pediam também por um mundo com mais respeito e menos violência contra a mulher, reforçando a necessidade de denúncia. “Uma vida sem violência é direito das mulheres. Não se omita, não se cale”, diz um dos cartazes. No outro, o desejo é o mesmo: “O mundo que a gente quer não tem violência contra a mulher”.

Relembre o caso

Larissa Nascimento foi morta brutalmente pelo companheiro na madrugada do dia 9 de maio. A vítima foi assassinada com golpes de taco de beisebol, no Condomínio Del Lago, no Itapoã. Suspeito de cometer o crime, João Paulo Moura de Sousa foi preso pela Polícia Militar do DF (PMDF) na casa do pai, na Quadra 329 do Itapoã.

Segundo a corporação na época, João já acumulava passagens por crimes praticados com violência contra o patrimônio, além de violência doméstica. As medidas protetivas e a tornozeleira eletrônica haviam sido retiradas há menos de uma semana na época do crime.

Os policiais militares chegaram ao local da ocorrência por volta das 5h, após uma denúncia anônima. Ao entrar na residência indicada pelo informante, a mãe do agressor afirmou que nada havia acontecido. Os PMs insistiram, perguntando sobre uma discussão no decorrer da madrugada, mas a mulher reafirmou que estava tudo bem.

Segundo relatos, quando amanheceu, a mãe, o autor das agressões e um irmão dele ficaram na calçada, conversando sobre o que fazer. O suspeito afirmava que não havia saída, que a mulher estava morta e que não queria ser preso. Por volta das 10h30, os bombeiros chegaram ao local e encontraram o corpo da mulher em cima da cama, em um quarto da casa, já sem vida.

Veja abaixo como e onde pedir ajuda no Distrito Federal em caso de violência doméstica


Ligue 190: Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Uma viatura é enviada imediatamente até o local. Serviço disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

Ligue 197: Polícia Civil do DF (PCDF).
E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
WhatsApp: (61) 98626-1197
Site: https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher

Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, canal da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, além de reclamações, sugestões e elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima, 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam): funcionamento 24 horas por dia, todos os dias
Deam 1: previne, reprime e investiga os crimes praticados contra a mulher em todo o DF, à exceção de Ceilândia
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul.
Telefones: 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673
E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br


Deam 2: previne, reprime e investiga crimes contra a mulher praticados em Ceilândia
Endereço: St. M QNM 2, Ceilândia
Telefoes: 3207-7391 / 3207-7408 / 3207-7438

Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Whatsapp: (61) 99656-5008 - Canal 24h

Secretaria da Mulher do DF
Whatsapp: (61) 99415-0635

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Promotorias nas regiões administrativas do DF
https://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/promotorias-de-justica-nas-cidades

Núcleo de Gênero
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: 3343-6086 e 3343-9625
E-mail:pro-mulher@mpdft.mp.br

Defensoria Pública do DF
Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem)
Endereço: Fórum José Júlio Leal Fagundes, Setor de Múltiplas Atividades Sul, Trecho 3, Lotes 4/6, BL 4 Telefones: (061) 3103-1926 / 3103-1928 / 3103-1765
WhatsApp (61) 999359-0032
E-mail: najmulher@defensoria.df.gov.br
http://www.defensoria.df.gov.br/nucleos-de-assistencia-juridica/

Núcleos do Pró-Vítima
Ceilândia
End.: Shopping Popular de Ceilândia – Espaço na Hora
(61) 9 8314-0620 - Horário: 08:00 às 17:00

Guará
End.: Lúcio Costa QELC Alpendre dos Jovens – Lúcio Costa
(61) 9 8314-0619 - Horário 08:00 às 17:00

Paranoá
End.: Quadra 05, Conjunto 03, Área Especial D – Parque de Obras
(61) 9 8314-0622 - Horário: 08:00 às 17:00

Planaltina
End.: Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, 1º Andar, Salas 111/114
(61) 9 8314-0611 /3103-2405 - Horário: 12:00 às 19:00

Recanto das Emas
End.: Estação da Cidadania – Céu das Artes, Quadra 113, Área Especial 01
(61) 9 8314- 0613 - Horário:08:00 às 17:00

Rodoferroviária
End: Estação Rodoferroviária, Ala Norte, Sala 04 – Brasília/DF
(61) 98314-0626 / 2104-4288 / 4289

Itapoã
End.: Praça dos Direitos, Quadra 203 – Del Lago II
(61) 9 8314-0632 - Horário:08:00 às 17:00

Taguatinga
End.: Administração Regional de Taguatinga – Espaço da Mulher – Praça do Relógio
(061) 98314-0631

Site: https://www.sejus.df.gov.br/pro-vitima/

Além disso, a Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUS), implantou um novo número, o 125, para receber denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes no Distrito Federal. A ligação é gratuita e o serviço é realizado pela Coordenação do Sistema de Denúncias de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente – CISDECA.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação