Indígenas se reúnem no 'Acampamento Terra Livre' para reinvidicar direitos

A expectativa é que mais 8 mil pessoas de 100 povos tradicionais passem pelo acampamento próximo a Funarte entre os dias 4 e 14 de abril

Camilla Germano

postado em 04/04/2022 18:11 / atualizado em 04/04/2022 20:55

(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Com o tema "Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política", a 18ª edição do Acampamento Terra Livre está de volta com atividades presenciais após dois anos de ações online em detrimento da pandemia da covid-19. O encontro se firmará entre os dias 4 e 14 de abril próximo à Fundação Nacional de Artes (Funarte), em Brasília, para reivindicar direitos dos povos indígenas.

A expectativa é que o acampamento receba 5 mil pessoas apenas nesta segunda-feira (4/3), e nos 10 dias de manifestação totalize mais de 8 mil pessoas vindas de mais de 100 povos tradicionais de todas as regiões do país.

O acampamento servirá de espaço para debater as diversas pautas que violam os direitos das comunidades tradicionais, além de lançar o apoio a candidaturas indígenas, principalmente das mulheres.

Confira imagens do Acampamento:

Atividades

A recepção dos povos ocorre a partir das 18h desta terça-feira (5/4), próximo a Funarte. Eles vão debater temas como a participação feminina nas eleições, temáticas de estudantes, pautas LGBTQIA + e também discutir os Projetos de Lei (PL) que, na avaliação das lideranças indigenistas e de ambientalistas, ameaçam os direitos dos povos indígenas e a preservação dos territórios tradicionais.

Os mais comentados são os PL 490/2007 — que pode modificar as atuais normas legais para demarcação de terras indígenas, e o PL 191/2020 — que fala da possibilidade de instalação de projetos de mineração e de infraestrutura em terras indígenas.

Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), explica que nos 18 anos de existência, o Acampamento Terra Livre já evitou a aprovação de vários projetos de lei que estavam próximos de serem aprovados. "É muito importante essa presença indígena em Brasília, a gente marca posição e quando olham para a gente, não tem jeito né, a nossa presença faz muita diferença", disse.

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  04/04/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Acampamento indigena próximo ao Centro Cultural Funart. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  04/04/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Acampamento indigena próximo ao Centro Cultural Funart. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  04/04/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Acampamento indigena próximo ao Centro Cultural Funart. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  04/04/2022 Cr..dito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Acampamento indigena pr..ximo ao Centro Cultural Funart. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Ato pela Terra

A Apib também marcou presença no "Ato pela Terra Contra o Pacote da Destruição", realizado em Brasília no último dia 9 de março. A manifestação, que ocupou a Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional, foi incentivado pelo cantor e compositor Caetano Veloso.

Na lista de reivindicações do evento estavam os Projetos de Lei 191/2020 e o 490/2007, os mesmos que ainda serão discutidos no Acampamento Terra Livre.

"Nós vamos marchar para o Congresso, vamos juntar os parlamentares que estão com a gente e vamos tentar inviabilizar e impedir a aprovação desse PL. E aqui a gente tem as nossas estratégias e ao longo do período do acampamento a gente vai realizando", ressalta Sonia.

04/04/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Acampamento indigena próximo ao Centro Cultural Funart. Sônia Guajajara, coordenadora executiva da APIB. (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Para saber mais da programação dos dez dias de Acampamento Terra Livre, acesse as redes sociais da APIB.