Feminicídio

"Vou matar quando sair da cadeia", disse feminicida sobre amigo de namorada

A fala foi dita na própria delegacia por Guilherme Nascimento. O assassino foi detido em um hotel de Ceilândia

Darcianne Diogo
postado em 02/03/2023 22:11 / atualizado em 02/03/2023 22:11
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

Preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Guilherme Nascimento, 29 anos, assassino confesso da jovem Letícia Barbosa Mariano, 25, disse na delegacia, enquanto prestava depoimento, que, ao sair da cadeia, iria matar o suposto “ficante” da namorada. Letícia foi morta ao ser brutalmente espancada pelo namorado no apartamento dele, no Setor de Indústria Gráfica de Taguatinga Norte, na madrugada desta quinta-feira (2/3).

Guilherme foi preso pelas equipes da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) horas depois de cometer o feminicídio. O homem estava escondido em uma suíte do Hotel 1001 Noites, em Ceilândia. Durante o interrogatório, confessou o crime e, ao ser questionado sobre a motivação, disse ter assassinado a namorada por “tudo que ela havia feito a ele”. Sem apresentar nenhum remorso ou arrependimento, Guilherme disse, na delegacia, que mataria o amigo de Letícia.

Horas antes do crime, o casal chegou a consumir drogas e álcool no apartamento dele. Segundo o delegado-chefe da 17ª DP, Mauro Aguiar, Guilherme levou a mulher até o banheiro e deu início a uma sessão de espancamento, com chutes, socos e chegou a bater a cabeça dela contra uma estrutura do cômodo. Mesmo ferida, o homem usou a chave extratora de remoção de chip celular para furar o pescoço da vítima por várias vezes. Vizinhos de Guilherme notaram que tinha algo de errado e acionaram a polícia. Após cometer o feminicídio, o criminoso ligou para o pai e confessou o crime, mas quando as equipes chegaram ao endereço ele havia fugido.



Ocorrências

Letícia chegou a ser agredida ao menos nove vezes no período do namoro. Numa delas, ela teve a mão perfurada por uma faca em Águas Lindas de Goiás, mas evitou denunciar o fato à polícia. De todas as agressões, em apenas três ela resolveu buscar ajuda.

A mulher chegou a pedir medida protetiva contra o rapaz no ano passado. O pedido foi deferido pela Justiça, mas isso não impediu as agressões. Em setembro de 2022, Guilherme foi até a rua da vítima, em Ceilândia Norte, e começou a gritar em frente à casa dela: “Desgraça, desgraça. Eu quero ver o seu Instagram”. Logo em seguida, o homem teria puxado o cabelo de Letícia e jogado uma bicicleta em direção dela.

Ele teria afirmado ainda que mataria Letícia porque a roupa dela estava muito curta. Nervoso, o agressor pressionou a namorada contra o muro de um comércio local e exigiu que ela colocasse a senha do Instagram, se não a mataria. "Põe a senha do Instagram, senão eu te bato”, consta no boletim de ocorrência registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II.

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