Correio Debate

"É preciso trabalhar cultura, mentalidade e educação", diz ministra sobre feminicídio

Segundo a ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, só será possível mudar o cenário dos casos de feminicídio no Brasil quando forem trabalhadas e discutidas as questões culturais e educacionais

Isabel Dourado*
postado em 07/03/2023 20:48 / atualizado em 07/03/2023 20:48
 (crédito: Marcelo Ferreira )
(crédito: Marcelo Ferreira )

Durante o seminário Correio Debate — Combate ao Feminicídio: uma responsabilidade de todos, promovido pelo Correio Braziliense nesta terça-feira (7/3), a advogada e autora da Lei Federal nº 13.363 de 2016, Daniela Teixeira afirmou — durante o painel Qual é o papel da sociedade —, que as escolas podem ser um ambiente para educar as crianças sobre a importância de combater a violência contra a mulher. 

“O governo pode entrar com a escola ainda que ela (a criança) receba uma visão deturpada dentro de casa se isso for debatido na escola ela tem outra mentalidade. E a sociedade tem que criar pessoas diferentes. A gente precisa dizer pra eles que um novo mundo é possível", pontuou Daniela.

A ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, corroborou avaliação e acrescentou aindaque só será possível mudar o cenário dos casos de feminicídio no Brasil quando forem trabalhadas e discutidas as questões culturais e educacionais no país. Ela afirmou que o Brasil é pioneiro em termos de legislação contra o crime de violência contra a mulher, mas frisou que apenas as leis não são suficientes para frear esse tipo de crime bárbaro.

“O que eu posso dizer com muita convicção é que o Brasil em termos de legislação é pioneiro. Nós temos leis maravilhosas, a lei Maria da Penha, apesar de ter sido fruto da recomendação interamericana, mas nós temos a lei Mari Ferrer, a lei do Stalker, nós temos leis que em tese protegeria a mulher. O IPEA revelou uma pesquisa que logo depois da promulgação da lei maria da penha o número de feminicídios aumentaram, não diminuíram então isso é a prova latente que é preciso trabalhar na cultura, nas mentalidades e na educação. Porque do contrário não sairemos desse atavismo bárbaro de tirar a vida do outro e depois pensar nas consequências.”

Empoderamento feminino

Para a secretária de Estado da Mulher, Giselle Ferreira, além da educação sobre violência contra a mulher é essencial que as mulheres ocupem cargos de liderança e participem de áreas de comando. “É muito importante as mulheres estarem em poder de decisões, em poder justamente virar essa página porque nós só estamos nas páginas policiais, mas as mulheres têm que ter mais participação na política, nessas áreas de comando", defende.

*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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