VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

"Pouca coisa mudou", observa Fábio Félix, sobre o combate ao feminicídio

Ao CB.Poder, o deputado distrital Fábio Félix (PSol) afirmou que, após a CPI do Feminicídio, houve pequenos avanços, mas não um programa robusto de enfrentamento à violência contra a mulher no Distrito Federal

José Augusto Limão*
postado em 07/03/2023 20:14 / atualizado em 07/03/2023 20:15
 (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O deputado distrital Fábio Félix, em entrevista ao CB. Poder — parceria entre Correio e TV Brasília, falou ao jornalista Carlos Alexandre de Souza sobre o alarmante aumento no número de ocorrências de feminicídio no Distrito Federal. Na legislatura anterior, o parlamentar reeleito foi relator da CPI do feminicídio na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). 

"É muito triste a gente começar o ano de 2023 com um cenário parecido com o que a gente viveu em 2019, que o DF viveu um boom de feminicídios. Infelizmente pouca coisa mudou", ele lamentou. Félix comenta teve pequenos avanços, que foram muito pontuais, mas não um programa robusto de enfrentamento à violência contra a mulher. Nós fizemos um relatório robusto com mais de oitenta recomendações ao poder público, especialmente naquele momento à Secretaria da Mulher, porque é a secretaria que, na verdade teria, o dever de fazer um papel intersetorial de articulação da saúde, segurança pública, da justiça, de outras áreas para um trabalho integrado. Assistência social, que também é fundamental nesse processo e não fazia", detalhou.

"Com uma coordenação centralizada, com capacidade de incidir nas secretarias, de qualificar os atendimentos, de contratar mais gente, de designar benefícios específicos. Por exemplo, mulheres hoje vítimas de violência não têm passe livre no transporte público, têm dificuldade de acesso a benefícios sociais, sendo que a gente sabe que a dominação econômica é fundamental", continua o parlamentar. "A gente percebe que tem uma série de atendimentos, portas, só que todas as portas de entrada são debilitadas, fragilizadas, não tem integração. As mulheres são revitimizadas, elas contam na saúde, depois elas contam a história na assistência, contam na delegacia, não tem uma integração, não é uma política pública com uma robustez capaz de gerar prevenção", denuncia.

Fábio Félix comentou, ainda, sobre seu trabalho relacionado às questões da comunidade LGBTQIA+, um público que também é vítima de muita violência. "Falar dessa questãohoje é fundamental para uma educação que seja pautada no respeito. No direito à diversidade, desde a infância e adolescência, isso é algo que a gente tem trabalhado sempre no atendimento a questões de vulnerabilidade. Infelizmente, nós ainda estamos num dos países que mais mata LGBTs do mundo e no país que mais mata pessoas trans do mundo. Essa é uma situação dramática de violência e geralmente são assassinados com requinte de crueldade uma violência colocada da pior forma possível", observou.

Com o jornalista Carlos Alexandre de Souza, o deputado distrital relembrou o episódio em que um pastor estadunidense fez um discurso de ódio à comunidade LGBTQIA+ dentro de um evento religioso em Brasília, durante o carnaval. "A gente não pode confundir liberdade religiosa com discurso de ódio. Era um discurso contra a população LGBTQIA + da pior forma possível, porque comparava a orientação sexual e a identidade de gênero ao cometimento de crimes. Um discurso que, com certeza, ajudava e ajuda a legitimar a violência contra a comunidade. Porque desumaniza a nossa condição. Nós não podemos tolerar ou confundir liberdade religiosa com estímulo à morte das pessoas à violência e o discurso de ódio", finalizou Fábio Félix.

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

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