Cultura nordestina

Evento cultural gratuito promove a música nordestina e a preservação do cerrado

As tradições nordestinas representadas em canções e o cuidado com o meio ambiente fazem parte das atividades do Rodas do Cerrado, que começa neste sábado (8/7) e vai até outubro, em Samambaia

Laezia Bezerra
postado em 08/07/2023 06:00
 (crédito: Fotos: Davi Mello/Divulgação)
(crédito: Fotos: Davi Mello/Divulgação)

Projeto cultural com foco na preservação do meio ambiente faz parte da programação do Rodas do Cerrado e estará presente no Complexo Cultural de Samambaia de julho a outubro, com shows, oficinas e rodas abertas gratuitas ao público (confira a programação completa no fim deste texto). 

A iniciativa tem sua primeira edição neste sábado (8/7) e busca promover as tradições culturais do Norte e do Nordeste com o olhar para a preservação do cerrado. Haverá apresentações de grandes cantores e grupos, como Mestra Martinha do Coco, Alberto Salgado, Coco dos Encantados, Sambadeiras de Roda e a banda Cerradims, a anfitriã. Eles vão levar ao público o coco de roda, o forró e diversos ritmos populares.

O Roda do Cerrado nasceu há três anos, de uma ideia dos músicos Gui Cerradims, 27 anos, e Igu Malagueta, 26, ambos da banda Cerradims. A dupla idealizou o projeto com o objetivo de levar cultura de raiz e arte às comunidades do Distrito Federal. Ao criar o grupo, além da música, os jovens artistas tinham um propósito: conscientizar a população sobre a importância de preservar o cerrado e manter viva a música nordestina presente na capital federal.

Desde então, por meio de misturas e experimentações de um gênero, a banda reinventa a musicalidade e cria um conceito artístico novo. Com som autêntico fortalece a identidade cultural e ressalta a memória de Brasília, suas influências históricas e o bioma do cerrado.

"Queremos sensibilizar as novas gerações para preservar o que há de melhor na terra, além da música do Norte e do Nordeste. Fomos inspirados nas gerações anteriores e esperamos alcançar os jovens para que essa herança não se perca", explica o compositor Igu Malagueta.

O Cerradims é também pioneiro e fundador do movimento cultural Cerradense, inspirado pelo tropicalismo, manguebeat e pelas raízes das culturas populares tradicionais do Nordeste e Norte do Brasil.

  • O grupo Coco dos Encantados sobe ao palco em 19 de agosto Davi Mello/Divulgação
  • Martinha do Coco nasceu em Olinda e vive há 30 anos na capital federal Davi Mello/Divulgação
  • O compositor do Cruzeiro Alberto Salgado se inspira na capoeira Davi Mello/Divulgação

Inspiração

A cumplicidade dos jovens músicos com a cultura popular foi inspirada desde cedo em mestres de gerações que os antecederam e em casa, ao lado dos pais, que sempre mantiveram viva a música nordestina. Mais tarde, os dois estudantes da Universidade de Brasília (UnB), nascidos no bairro Nova Colina, em Sobradinho, estreitaram mais ainda os laços com as tradições, por meio das oficinas apresentadas por mestres como Zé do Pife, pernambucano que morou 30 ano em Brasília e deu aula de música na UnB. Outra fonte de inspiração é o meio ambiente.

Para Gui Cerradims, vocalista da banda, levar a cultura popular para perto das pessoas de forma que "conscientize sobre preservar o que há de bom em Brasília, com povos de várias regiões do país, é uma missão importante para o projeto".

"Nosso objetivo é criar empatia do público com a arte por meio do afeto pelo cerrado, para chegar na preservação. O evento ressalta a cultura nordestina como raiz, mas o foco é a preservação do cerrado", destaca Gui Cerradims.

Além dos shows musicais, as ações terão oficinas ministradas por especialistas sobre as maravilhas do cerrado: Michele Duarte, na Criação de Horta Vertical; Priscilla Castro, nas Plantas Medicinais; Igu Malagueta e Gui Cerradims, na Fabricação e Toques de Pífano; e Ritmo e Poesia no Samba de Coco, com Martinha do Coco e Cerradims.

Uma roda será aberta no fim de cada dia para encerrar os festejos com a participação espontânea e livre do público, onde todos poderão cantar, dançar e comemorar o cerrado.

O evento será inclusivo e acessível, com tradutor de libras nas oficinas e shows em espaço adequado para receber pessoas com mobilidade reduzida e com deficiência, também serão oferecidos ao público. O Rodas do Cerrado é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF) e tem o apoio do Complexo Cultural de Samambaia.

Ao final do projeto, os produtores do evento vão lançar o álbum Cerrado Cerradinho,  com a participação dos mestres pernambucanos da cultura popular brasileira Assis Calixto e Nico do Maracatú.

Programação

Rodas do Cerrado

Onde: Complexo Cultural Samambaia

Quando: julho a outubro de 2023

Entrada gratuita e classificação livre

Classificação: livre

8 de julho (sábado)

16h: Oficina Fabricação e Toques de Pífano, com Igu Malagueta Pife e Gui Cerradim

19h: Shows de Cerradims, Alberto Salgado e roda aberta

19 de agosto (domingo)

16h: Oficina Plantas Medicinais do Cerrado: ciência, arte e ancestralidade ministrada por Priscilla Castro

19h: Shows de Cerradims, Coco dos Encantados e roda aberta

2 de setembro (sábado)

16h: Oficina Ritmo e Poesia no Samba de Coco, ministrada por Martinha do Coco e Cerradims

19h: Shows de Cerradims, Martinha de Coco e Roda Aberta

7 de outubro (domingo)

16h: Oficina Criação de Horta Vertical ministrada
por Michelle Duarte

19h: Cerradims, Sambadeiras de Roda e Roda Aberta

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