Investigação

Justiça decide manter preso motorista que estuprou passageira no DF

Juiz analisou que manutenção da prisão também é para manter a ordem pública. Caso aconteceu na noite de domingo (13/8), em uma corrida de aplicativo

Caio Henrique da Silva Braz, 25 anos, acusado de ter estuprado uma jovem de 18 anos dentro de um veículo de aplicativo em uma corrida de Águas Claras a Ceilândia, no domingo (13/8), ficará preso preventivamente. A decisão foi proferida pelo juiz do Núcleo de Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), nesta terça-feira (15/8).

Na audiência de custódia, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu que a prisão fosse convertida em preventiva — ao contrário do que a defesa do suspeito solicitava. Ao analisar o caso, o juiz reforçou que a situação em que Caio foi preso, “torna certa a materialidade delitiva e indica também sua autoria”.

“Os fatos apresentam gravidade concreta, porquanto o custodiado, atuando como motorista de aplicativo e em quebra de confiança por quem contrata o serviço, teria se masturbado à vista da vítima dentro do carro e nela ejaculando, tirando-lhe a calcinha sem seu consentimento e tocando em seu corpo. O contexto do modus operandi demonstra especial periculosidade e ousadia ímpar, tornando necessária a constrição cautelar para garantia da ordem pública”, explicou o magistrado, ao decidir pela manutenção da prisão.

Com isso, o processo foi encaminhado para a Vara Criminal e do Tribunal do Júri do Guará, onde irá tramitar. O Correio tenta contato com a defesa do acusado.

O caso

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no trajeto dentro do Uber, a vítima percebeu que o condutor do veículo estaria mudando a rota e questionou. O suspeito não respondeu e a levou para o Setor H Norte de Taguatinga. O caso ocorreu na noite de domingo (13/8).

No local, o homem teria segurado a jovem dentro do carro, tirado suas roupas íntimas, colocado a genitália para fora, se masturbado e ejaculado na vítima. O mesmo teria tentando penetração, mas não conseguiu.

Na ocasião, o sargento da PMDF, Lúcio Vieira, detalhou que a vítima ficou bastante abalada, desesperada e sem conseguir se expressar por conta do trauma. Caio foi encontrado pela corporação na EPTG, na altura do Guará, e foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

O que diz o aplicativo

Ao Correio, a Uber informou que desativou a conta do motorista assim que tomou conhecimento sobre o ocorrido. A empresa reiterou que está à disposição da polícia e da Justiça no curso das investigações.

“A Uber considera inaceitável qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. O motorista teve sua conta desativada da plataforma assim que a empresa tomou conhecimento do episódio e a empresa se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações.

A Uber defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Por isso, desde 2018 a empresa mantém o compromisso de participar ativamente do enfrentamento da violência contra a mulher e segue investindo constantemente em conteúdos educativos contra o assédio para motoristas.

Em conjunto com o Instituto Promundo, foi lançado o Podcast de Respeito e mais recentemente a Uber lançou uma campanha educativa de combate ao assédio em parceria com o MeToo Brasil. Além disso, também em parceria com o MeToo, a plataforma possui um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero, que será disponibilizado para a usuária.

Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros.”