Mobilidade

Mobilidade ativa é tema de audiência pública na Câmara Legislativa

Evento discutiu alternativas para a mobilidade urbana no DF. Objetivo é tornar os espaços mais acessíveis a pedestres e ciclistas

 Max Maciel: debate sobre mobilidade urbana -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Max Maciel: debate sobre mobilidade urbana - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 12/09/2023 13:07 / atualizado em 18/09/2023 11:10

A Câmara Legislativa realizou, nesta terça-feira (12/9), audiência pública para discutir a  "Mobilidade ativa como forma de melhorar a mobilidade urbana". O tema, levado a plenário por iniciativa do deputado distrital Max Maciel (PSol), discutiu como melhorar as condições de tráfego para ciclistas e pedestres.

Mobilidade ativa é toda a forma de transporte não motorizada, geralmente ligada à energia produzida pelo corpo humano. A audiência vai ao encontro de demais eventos programados para setembro, considerado o mês da mobilidade urbana no Brasil.

Para o parlamentar, a audiência pública se fez necessária diante do atual cenário do DF. "O aumento de investimentos em infraestrutura viária não tem garantido uma melhoria proporcional na mobilidade urbana, por isso, torna-se fundamental refletir e debater alternativas sustentáveis e eficientes para o nosso trânsito", explicou o distrital. O evento se relaciona, também, com dois importantes projetos de autoria de Max Maciel, que visam a melhoria da mobilidade urbana e consequentemente da qualidade de vida, o Política de Mobilidade a Pé e o Fundo Distrital do Transporte e Mobilidade Urbana.

O evento contou com a participação de autoridades e especialistas que debateram a importância da mobilidade ativa, como direção prioritária a ser tomada, visando a integração, sustentabilidade e eficiência dos sistemas de transporte.

Perseu Rufino, arquiteto e urbanista, ativista pelos direitos da pessoa com deficiência, destacou que, hoje, novas necessidades têm surgido e que a qualidade de vida se reflete no caminhar. Porém, o espaço urbano ainda segrega e exclui determinados grupos sociais, refletindo padrões estabelecidos pela sociedade.

"Competimos com os veículos e ficamos à mercê dessa hierarquia, na qual o carro domina", argumentou o arquiteto. Segundo Perseu, isso gera impactos psicossociais aos PcDs, ao limitar os estudos e a profissionalização desse grupo. "A flexibilidade nos meios de transporte aumenta a capacidade de pessoas sem prejudicar no fluxo local. Cidades mais dinâmicas são mais seguras, porque estimulam a ocupação dos espaços", sugeriu o ativista.

 12/09/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF - Câmara Legistaltiva do Distrito Federal. Audiência pública sobre: Mobilidade ativa como forma de melhorar a mobilidade urbana, presidida pelo Deputado Distrital Max Maciel,  Ivis Pavão, mestre em ciências politicas da UnB, Sheila Maria, ativista do grupo Byke Anjos, Deputado Distrital Max Maciel, Maria Lucia Rego Veloso,  Rede Urbanidade, PROURB do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e Perseu Reis de Oliveira, arquiteto, urbanista e ativista dos direitos das pessoas com deficiências.
12/09/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF - Câmara Legislativa do Distrito Federal. Audiência pública sobre: Mobilidade ativa como forma de melhorar a mobilidade urbana, presidida pelo Deputado Distrital Max Maciel. Ivis Pavão, mestre em ciências politicas da UnB, Sheila Maria, ativista do grupo Byke Anjos, Deputado Distrital Max Maciel, Maria Lucia Rego Veloso, Rede Urbanidade, PROURB do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e Perseu Reis de Oliveira, arquiteto, urbanista e ativista dos direitos das pessoas com deficiências. (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Maria Lúcia Rego Veloso, da Rede Urbanidade (Prourb/MPDFT) e do Brasília para Pessoas, confirmou o desafio dos PCDs em garantir o direito de ir e vir, compartilhando imagens de acidentes que sofreu ao andar com sua scooter em calçadas quebradas. "É importante resgatar a proximidade dos locais que nos atendem. Mas para isso precisamos de calçadas e de uma região que realmente receba o pedestre. Quem tem carro dificilmente vai voltar para o transporte público, principalmente se este não tiver qualidade", ressaltou.

Íris Pavan, mestre em Ciência Política e pesquisadora do Grupo Demodê do Intituto de Ciência Política Universidade de Brasília, abordou a ausência de opções de transporte que levam aos locais envolvidos no trabalho reprodutivo. "Andar a pé pode ser uma atividade bastante complicada para as mulheres, seja pela falta de infraestrutura e de segurança, seja pelo tempo de deslocamento, que é significativamente maior dependendo da distância", pontou. Sheylla Maria Brito, da Bike Anjo e Rodas da Paz, também relatou ao público um acidente que sofreu ao pedalar em ciclovias má planejadas e finalizou sua fala com o questionamento: "quantas tragédias serão necessárias para que haja uma manutenção nas ciclovias do Plano Piloto?".

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