A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) aguarda os resultados de laudos para elucidar a morte de Henry Sousa de Oliveira, de 1 ano e 9 meses. Os documentos devem determinar a conduta da mãe da criança, Lucimaria de Sousa Barbosa, e do namorado dela, Wildemar de Carvalho Silva, em uma suposta agressão ao menino. Os dois foram presos temporariamente ontem e devem responder por homicídio doloso qualificado. Em entrevista ao Correio, o pai de Henry, Gerson Darlan, 32, pediu por Justiça e detalhou o comportamento frio da ex.
Gerson e Lucimaria tiveram um namoro de pouco menos de 1 ano e o fruto foi Henry. O pai auxiliava com o pagamento de pensão e buscava a criança a cada 15 dias na casa da mãe. No entanto, em vários encontros, notava que havia algo de estranho com o bebê. Dias antes do falecimento do filho, Gerson relata ter recebido de Lucimaria uma foto de Henry machucado. "Ele estava com o olho roxo e perguntei, mas ela sempre dizia que era porque ele tinha caído", contou.
Henry morreu na manhã de 20 de janeiro na casa da mãe e do padrasto. Por volta das 5h40 daquele dia, a mãe disse ter ido trocar a fralda do filho e percebeu que ele estava frio. Lucimaria acionou os militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF). O pequeno Henry chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu.
No primeiro depoimento, a mãe disse que o filho havia sofrido apenas uma queda da cama havia poucos dias e, por isso, o menino estaria com um hematoma no lado esquerdo da cabeça. Relatou, ainda, outras quedas sofridas por Henry enquanto caminhava ou corria.
O laudo cadavérico constatou que Henry morreu em decorrência de um traumatismo craniano por ação contundente. O documento revelou ainda que o bebê apresentava equimoses em várias partes do corpo, escoriação e diversos hematomas internos e hemorragia em locais distintos, bem como cicatrizes no abdômen e na coxa, o que indica morte violenta.
Agora, a polícia aguarda os laudos de exame de corpo de delito complementar e de perícia de local. "Os laudos podem possibilitar individualização das condutas de cada um dos investigados, assim como acrescentar novos elementos de informação imprescindíveis para o deslinde total do caso", afirmou o delegado Brunno Oliveira, da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina).
As prisões de Luciamaria e Wildemar são temporárias e têm prazo de 30 dias. Nesse período, será possível coletar novos depoimentos dos investigados, sem o risco dos suspeitos combinarem as versões, esclareceu o delegado. "Cabe ressaltar que se trata de uma prisão cautelar e que as investigações continuam com o sigilo e a prioridade exigidos pelo caso", pontuou.
Lucimaria e Wildemar podem responder pelo crime de homicídio doloso qualificado, com pena de 12 a 30 anos, com aumento de dois terços em razão da vítima ser menor de 14 anos e os possíveis autores serem ascendente e padrasto daquela, frisou o delegado-chefe da unidade policial, Fabrício Augusto.
Justiça
Ao Correio, o pai de Henry relatou que, ao saber da morte do filho, não teve dúvidas sobre um possível assassinato cometido pela ex. "Fui na casa do irmão dela logo depois do ocorrido e, quando perguntei, ela não me respondia nada. Ficava só de cabeça baixa e não olhava para mim. No velório, a mesma coisa. Não chegou nem perto do caixão do bebê", detalhou Gerson.
Lucimaria é mãe de outras duas crianças frutos de outro relacionamento. Segundo Gerson, o pai dessas crianças teria ido buscar os filhos no DF e se mudado para outro estado após desconfiar de agressões cometidas por parte da mãe.
Gerson pede, agora, por justiça. "Espero que os dois fiquem o resto da vida presos. O neném não volta mais, mas acredito na Justiça", desabafou. Quanto ao padrasto de Henry, Gerson diz não conhecê-lo.
Henry foi sepultado em 22 de janeiro, no Cemitério de Planaltina de Goiás.
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