C.B Poder

"Ambiente muito masculino pode influenciar julgamentos", diz juíza

A juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Ana Cláudia Loiola de Morais Mendes, avaliou que o olhar mais masculino dos tribunais pode interferir no julgamento do crime cometido contra mulher

 04/03/2024 Crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. CB.Poder entrevista Ana Cláudia Loiola,  juíza de direito do TJDFT, titular da Primeira Vara Criminal de Brasília. Na bancada: Ana Maria Campos e Adriana Bernardes -  (crédito:  Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
04/03/2024 Crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. CB.Poder entrevista Ana Cláudia Loiola, juíza de direito do TJDFT, titular da Primeira Vara Criminal de Brasília. Na bancada: Ana Maria Campos e Adriana Bernardes - (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
postado em 04/03/2024 19:12

O debate sobre a questão de gênero faz parte de muitos segmentos da sociedade. O julgamento de juízes homens em crimes cometidos contra mulheres,  a participação feminina no poder judiciário e a equidade de gênero foi discutida em resoluções do Conselho Nacional de Justiça. Esses foram alguns dos temas debatidos no C.B Poder desta segunda-feira (4/3) com a juíza de direito do TJDFT, Ana Cláudia Loiola, com as jornalistas Adriana Bernardes e Ana Maria Campos.

O percentual muito grande de homens, muitas vezes pode mudar a orientação em um julgamento, segundo a juíza. “ Um olhar muito masculino na análise do caso, como por exemplo um abuso sexual, muitas das vezes impede o julgador de se colocar no local da vítima. As roupas que ela veste, o modo de vida e como, muitas vezes, o que se tem para analisar é o depoimento da vítima contra a palavra do réu, quando a absolvição é mais adotada” desabafa Ana

Ana Cláudia, que faz parte do movimento Paridade de Gênero, conta sobre o objetivo dessa ação. “O nosso objetivo é trazer uma maior igualdade dentro da estrutura do Poder Judiciário, principalmente para os tribunais de segunda instância e para acesso a cargos de direção. Um movimento que fazem parte juízes e juízas de todo o Brasil em prol dessa paridade” comenta.

O CNJ elaborou resoluções sobre essa paridade e a juíza espera uma maior participação feminina no ambiente do judiciário. “Nesse primeiro momento, o avanço foi permitir um aceleramento do ingresso feminino no Poder Judiciário. Existem tribunais que já estão implementando essas resoluções para que ocorra um aumento no percentual de mulheres”, disse Ana Cláudia.

*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado

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