Na magia do Natal, muitas crianças, escrevem cartas cheias de esperança, pedindo não apenas brinquedos, mas sonhos que parecem distantes. Para elas, o Papai Noel é mais que um símbolo de generosidade – é a personificação de um mundo onde o impossível se torna possível. Campanhas como a do Papai Noel dos Correios tornam esses sonhos mais próximos, oferecendo a essas crianças uma conexão real com a magia do Natal e a certeza de que, em algum lugar, alguém ainda acredita em seus desejos mais puros.
Comovidos com as cartinhas em letrinhas recém-aprendidas ou transformadas em desenhos coloridos que chegavam até a empresa, os Correios decidiram tirar esses sonhos do papel. Na 35ª edição, a campanha no Distrito Federal vai atender a 11 mil pedidos de matriculados em escolas da rede pública (do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, independentemente da idade) e de instituições parceiras, como creches, abrigos e núcleos socioeducativos, além de pedidos feitos por crianças com até 10 anos de idade, em situação de vulnerabilidade social.
A seleção de crianças participantes é realizada por meio de parceria com a Secretaria de Educação (SEEDF), que escolhe as escolas que farão parte do projeto. Os professores, junto com os alunos, auxiliam na elaboração das cartinhas. Uma vez escritas, as mensagens são reunidas em um pacote e enviadas aos Correios para serem adotadas por pessoas dispostas a realizar esses sonhos.
Este ano, a campanha ganhou um novo componente social. O presidente dos Correios, Fabiano Silva, anunciou uma parceria com o Ministério da Justiça para incluir crianças em situações vulneráveis, como aquelas que vivem em abrigos. Essa ampliação visa garantir que mais crianças tenham a oportunidade de receber presentes e ter suas vozes ouvidas durante essa época festiva.
No Distrito Federal, o lançamento ocorreu em 5 de novembro, na Escola Classe Córrego das Corujas, no Sol Nascente.
Solidariedade
Há oito anos, Daniele Silva Catão, 47, moradora de Taguatinga Norte, participa da campanha com colegas de trabalho do Grupo Sabin. Eles dividem o valor dos presentes entre 10 pessoas. Mas, desta vez, ela quis incluir mais 13 pessoas próximas. Juntos, adotaram 50 cartinhas. "É gratificante fazer o bem com aqueles que a gente ama, como meu esposo e meu filho, que estão envolvidos. É uma semente que plantamos para levar alegria ao próximo. Imaginar a felicidade das crianças ao receber os presentes aquece meu coração", diz a assistente administrativa.
Os pedidos da garotada são variados e refletem tanto desejos simples quanto necessidades básicas. Entre os itens mais comuns estão bicicletas, carrinhos, patinetes e bolas. No entanto, há também aqueles que revelam a realidade difícil enfrentada por muitas crianças. "Apesar de todas as cartinhas serem especiais à sua maneira, a que mais chamou atenção foi a de uma garotinha de 10 anos que pediu de presente um kit de material escolar. Na idade dela, surpreendeu-me não ter escolhido uma boneca e nenhum outro brinquedo e, sim, ter pensando no rendimento escolar, como um investimento para o futuro", conta.
Os organizadores também se emocionam. "Muitas crianças optam por pedir presentes não para si mesmas, mas para irmãos ou familiares. Como uma cesta básica, saúde para quem está doente. Alguns pequenos pedem até momentos com seus pais, sejam aqueles ausentes devido a situações de encarceramento, seja por motivo de falecimento", conta o superintendente dos Correios em Brasília, Paulo Henrique Soares de Moura.
Ele comemora o impacto da iniciativa que, na avaliação dele, tem sido significativo. "O número de cartas recebidas cresce a cada ano, refletindo não apenas o aumento no número de crianças cadastradas no sistema, mas também o engajamento da sociedade em geral em fazer a diferença na vida dessas crianças", completa.
No ano passado, foram adotadas 270 mil cartinhas, sendo 210 mil por pessoas físicas e 60 mil por meio de doações de 200 empresas e órgãos públicos em todo o Brasil. Somente no DF, foram mais de 96 mil cartas. Foi um marco porque, pela primeira vez, todas as cartinhas foram atendidas, de acordo com os Correios.
Como adotar uma cartinha
Para adotar uma cartinha, basta acessar o Blog da Campanha (blognoel.correios.com.br/blognoel/) e seguir as instruções.
Também é possível encontrar cartinhas físicas em 10 pontos de adoção espalhados pela cidade:
- Casa do Papai Noel (SBN - Ed. Sede dos Correios);
- Ed. Pasteur (712/912 Sul);
- Agência Central (SBN);
- Agência 508 Norte;
- Agência 212/412 Sul;
- Agência Sudoeste;
- Agência Guará 1;
- Agência Taguatinga Centro;
- Agência Brasília Shopping; e
- Agência Águas Claras Shopping.
A entrega de presentes deverá ser feita presencialmente, em qualquer um dos pontos de adoção das cartas físicas.
As madrinhas e os padrinhos têm até o dia 9 de dezembro para adotar e entregar os presentes.
*Estagiária sob a supervisão de Malcia Afonso
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