
A família de Oscelina Moura Neves de Oliveira, 45 anos, uma das três mulheres baleadas pelo delegado Mikhail Rocha e Menezes na última quinta-feira (16/1), está organizando uma vaquinha para arcar com os altos custos do tratamento médico e das despesas diárias.
A empregada doméstica, que permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto Hospital de Base (IHBB), apresentou leve melhora no quadro de saúde, mas deve passar por uma nova cirurgia ainda nesta segunda-feira (20/1).
Nas redes sociais, familiares pedem apoio para reverter a situação financeira delicada enfrentada por eles. Segundo a prima de Oscelina, Marisa Souza, ela não possuía registro formal de trabalho, o que impede qualquer auxílio financeiro por parte do empregador. Além disso, o marido, Davi Roque Ribeiro, está sem condições de trabalhar enquanto cuida dos filhos e acompanha a recuperação da esposa.
As doações podem ser feitas via PIX no nome do marido: Davi Roque Ribeiro, CPF 640.532.705-10. “A família precisa de apoio para cobrir gastos com tratamentos, medicamentos e manter as necessidades básicas. Qualquer valor faz a diferença, por menor que seja! Sua contribuição pode trazer alívio e esperança para eles”, diz o apelo da família.
Relembre o caso
O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (16/1). Mikhail tomava café na cozinha de casa, no Condomínio Santa Mônica, no Jardim Botânico, quando atirou contra a esposa, Andréa Rodrigues Machado, de 40 anos, e a empregada doméstica Oscelina Moura.
Em seguida, o delegado foi ao Shopping Gilberto Salomão, no Lago Sul, acompanhado do filho de 7 anos e do cachorro da família para tentar comprar um celular. Na loja, estava apenas o vendedor do turno da manhã.
Segundo as informações, Mikhail pediu ao funcionário o telefone do estabelecimento para fazer uma ligação e perguntou se podia comprar o aparelho. O rapaz respondeu que o aparelho era da loja e não podia ser vendido.
"Quando eu cheguei, vi toda a movimentação. Ele saiu com o celular (da loja) na mão e jogou no chão. A criança estava descalça e vomitou muito. A todo momento, ele (o delegado) pedia para que o filho o abraçasse", declarou uma vendedora.
Depois de sair do Gilberto Salomão, Mikhail foi até o Hospital Brasília. De acordo com informações obtidas pela reportagem por meio de fontes policiais, o delegado entrou na unidade de saúde com duas armas de fogo em punho, acompanhado do filho e do cachorro. Ele foi até a recepção e exigiu atendimento prioritário à criança.
A enfermeira Priscila Pessoa, 45, chefe do pronto-socorro do hospital, saiu da sala de pediatria e foi até o delegado. Ela perguntou o estado da criança e Mikhail respondeu que o filho sofria de dores abdominais e problemas psicológicos. A profissional voltou a questioná-lo se o garoto precisava de atendimento. Em resposta, o delegado disse que não e que tinha atirado em um robô.
Enquanto discutia com a enfermeira, Mikhail disse que contaria até cinco se não tivesse atendimento. Caso contrário, atiraria. Ele contou até três e efetuou disparos no pescoço e no ombro de Priscila.
O Correio apurou que, após o ataque, Mikhail ainda foi até a sala de um dos consultórios e só depois saiu do hospital como se nada tivesse acontecido. A Polícia Militar conseguiu capturar o delegado na altura da QI 23 do Lago Sul. Ao que tudo indica, ele voltaria para a casa.
O delegado segue internado na ala psiquiátrica do Hospital de Base e deve responder por três tentativas de feminicídio. A Justiça converteu a prisão em flagrante dele em preventiva e, com isso, após a alta hospitalar, ele deve ser transferido para a Papuda.
O Hospital Brasília e o Hospital DF Star, onde estão internadas a enfermeira Priscila Pessoa e a mulher de Mikhail, Andréa Rodrigues, 40, disseram ao Correio que as informações sobre os quadros de saúde das duas mulheres são protegidos por sigilo médico.
*Estagiária sob a supervisão de Arthur de Souza