
Aos 3 anos, a pequena Esthella Heloisa Cardoso de Oliveira teve a vida ceifada de maneira covarde na noite desse domingo (13/4), na QNM 06 de Ceilândia. A criança participava de uma festa de aniversário na quadra, e estava sentada no colo do avô, quando foi baleada em um ataque orquestrado por um adolescente de 15 anos. O avô dela e outras três pessoas também foram atingidas. Uma mulher, identificada como Juliana Pereira, 39, morreu.
O crime ocorreu por volta das 23h20. Todos se divertiam desde às 16h na comemoração de aniversário de um morador da região. A festa ocorreu debaixo de uma tenda erguida próximo a uma distribuidora de bebidas, no Conjunto E. Além de parentes e amigos, moradores da área também se juntaram no local para o aniversário. Testemunhas ouvidas pelo Correio contaram que o evento tomou grandes proporções e logo se tornou um tumulto, com consumo de bebidas alcoólicas e entorpecentes.
Imagens do circuito interno de segurança da via obtidas pelo Correio mostram a chegada do adolescente no evento. Em questão de segundos, o menor desce da bicicleta, caminha um pouco e abre fogo contra os presentes. Logo, é possível ver o desespero e a correria das pessoas.
Armamento potente
Após o crime, uma testemunha encontrou com policiais militares na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) e delatou o esconderijo do menor. Os PMs encontraram o suspeito escondido debaixo do balcão de uma lanchonete próximo ao local. A arma foi localizada posteriormente. Era uma pistola calibre .40 com seletor de rajada e acessório mira laser, equipamentos que tornam o armamento extremamente perigoso, aumentando o poder destrutivo.
O adolescente apresentou uma versão que vai contra à apurada pela PM por meio de testemunhas. Ao ser questionado, o menor contou que teria perdido drogas. O avô da criança, conhecido como "Gordão" ou "Tiquinho", foi apontado pelo adolescente como traficante, e estaria o ameaçando com violência física e ameaças, inclusive contra sua família. Por isso, segundo ele, teria tomado tal atitude.
Por outro lado, presentes contaram aos militares que, na festa, dois homens começaram a discutir. Depois da briga, um deles saiu e teria contratado o adolescente para executar o rival. A versão, no entanto, será apurada pela Delegacia da Criança e do Adolescente II (DCA II), unidade onde o menor foi conduzido.
*Estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti