
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) instalou dois novos pontos de apoio na orla do Lago Paranoá. Agora, são cinco estruturas fixas com equipes especializadas em salvamento aquático para garantir a segurança dos banhistas. Os novos postos ficam próximos à Ponte Juscelino Kubitschek e ao piscinão do Lago Norte, somando-se às bases na Ponte do Bragueto, na Prainha do Lago Norte e na Prainha da Asa Sul, na Praça dos Orixás.
"Esses locais foram escolhidos com base em critérios técnicos, considerando o histórico estatístico de ocorrências, o volume de banhistas, a facilidade de acesso para as equipes de socorro e as características geográficas de cada região do Lago Paranoá", explicou o 2º Tenente Zottich, auxiliar da Companhia de Salvamento Aquático do Grupamento de Busca e Salvamento, destacando que os postos foram instalados nos trechos com maior incidência de afogamentos.
"O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o uso de materiais flutuantes improvisados ou inadequados, o desconhecimento da área e embarcações em movimento estão entre os principais fatores que contribuem para os incidentes", alertou.
Os postos funcionam aos fins de semana e feriados, nos horários de maior fluxo de banhistas. Cada um conta com três bombeiros militares do Grupamento de Busca e Salvamento, totalizando 21 guarda-vidas nos cinco locais, e equipamentos de resgate para atendimento rápido em caso de emergência, como boias, pranchas de resgate, nadadeiras, coletes salva-vidas, viaturas, cilindros de oxigênio e embarcações. Em distâncias curtas, de até 50 metros da margem, são usadas nadadeiras e pranchões, que permitem mais agilidade e menor desgaste físico. Para pontos mais distantes, são utilizadas motos aquáticas.
Os bombeiros realizam rondas preventivas e orientações ao público sobre cuidados básicos, como evitar nadar sozinho, respeitar os próprios limites físicos e usar objetos de flutuação. A presença das equipes ajuda a coibir comportamentos de risco, como o consumo de bebidas alcoólicas antes de entrar na água e o descuido com crianças desacompanhadas. "Sempre que possível, o ideal é frequentar locais com a presença de guarda-vidas do CBMDF", reforçou Zottich.
Em caso de emergência, a recomendação é acionar imediatamente o CBMDF pelo número 193, manter contato visual com a vítima e, se possível, lançar objetos flutuantes como boias, galhos ou garrafas PET presas a cordas, para ajudar a mantê-la à tona até a chegada do socorro. "É fundamental que a população não tente o resgate direto sem treinamento, pois o risco de ocorrer uma segunda vítima é muito alto", orientou o tenente.
A estimativa do CBMDF é de que mais de 500 pessoas passem por esses locais em busca de lazer nos fins de semana. "A instalação dos novos postos visa ampliar a cobertura de segurança no Lago Paranoá e reduzir o tempo de resposta em caso de acidentes, aumentando as chances de resgate com vida", assinalou Zottich.
Segundo dados da corporação, em 2024 foram registrados 62 afogamentos no DF, com 19 mortes. Nos três primeiros meses deste ano foram 20 ocorrências, 11 fatais. O CBMDF alerta que um dos pontos mais críticos é a área próxima à chamada Ilha do Tesouro, nas imediações da Ponte JK. Apesar de parecer acessível, a ilhota fica a cerca de 50 metros da margem e muitos banhistas subestimam a distância, ou tentam atravessar sem saber nadar adequadamente.
*Estagiária sob supervisão de Eduardo Pinho
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