
O deputado distrital Fábio Félix (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal e integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da Comissão de Transporte e Mobilidade, participou nesta terça-feira (24/6) do CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Durante a entrevista com os jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Ronayre Nunes, o parlamentar falou sobre os impactos da LGBTfobia nas escolas e defendeu políticas públicas mais efetivas para combater à discriminação no ambiente escolar.
Félix destacou que os dados de uma pesquisa recente feita pelo Instituto de Pesquisa (IPEDF) mostram que 32,4% dos alunos são discriminados por orientação sexual e que professores da rede pública relatam que o preconceito pode chegar a 60% dentro das escolas. "O que chamamos de bullying é um termo um pouco generalista, que às vezes não identifica a gravidade da violência que crianças e adolescentes sofrem dentro da comunidade escolar", afirmou. Para ele, a LGBTfobia se manifesta de diversas formas. "Muitas vezes não é um tapa na cara que você leva, mas o isolamento social dentro da sala de aula", enfatizou.
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O deputado distrital também apontou que os professores enfrentam dificuldades para abordar o tema da diversidade sexual, especialmente por causa da polarização política e da tentativa de impedir debates essenciais no âmbito acadêmico. "Estamos em um momento de muita irracionalidade política, em que muitas pessoas querem proibir a diversidade nos colégios, sendo que é o ambiente propício para o debate", disse.
Na ocasião, o parlamentar ainda deu como exemplo a cartilha Escola de todas as cores, elaborada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa. O material traz informações sobre o enfrentamento da discriminação LGBTfóbica, explicações sobre a sigla, resoluções internacionais e orientações sobre como discutir o tema em sala de aula. "Essa pesquisa é uma demonstração de que o tema é urgente e de que a gestão da educação precisa responder a isso", reforçou.
Para ele, é preciso reconhecer que essa violência é estrutural e está presente nas relações sociais em diferentes ambientes, inclusive dentro de casa. "Não podemos idealizar a família como perfeita. Ela é um espaço de acolhimento e amor, mas também de divergências e desafios. Se a família tem condições, ela deve orientar seus filhos e não permitir que o filho discrimine as outras pessoas", afirmou.
Cidades DF
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