OBITUÁRIO

João Carneiro de Ulhôa, desembargador aposentado do TJDFT, morre aos 89 anos

Ex-presidente do TJDFT era reconhecido pela atuação ética na magistratura e pela dedicação à comunidade

João Carneiro de Ulhôa: memória de ética e doçura  -  (crédito: Reprodução/TJDFT)
João Carneiro de Ulhôa: memória de ética e doçura - (crédito: Reprodução/TJDFT)

O ex-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), desembargador aposentado João Carneiro de Ulhôa, morreu na manhã deste sábado (28/6), aos 89 anos. Ele enfrentava complicações respiratórias agravada por enfisema pulmonar e demência em estágio avançado. O velório será neste domingo (29/6), às 13h30, na Capela 6 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O sepultamento está marcado para às 16h. 

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Natural de Paracatu (MG), João Carneiro de Ulhôa teve uma trajetória de destaque no serviço público e na magistratura. Atuou no Ministério Público do DF por 16 anos antes de ser nomeado desembargador, em 1987. No TJDFT, exerceu cargos de corregedor, vice-presidente e presidente, entre 1990 e 1996. Aposentou-se no mesmo ano, após quase três décadas dedicadas à Justiça. 

Para além das honrarias e cargos, Ulhôa deixou uma marca profunda na vida de quem conviveu com ele. A filha, Milene Salustiano de Ulhôa, que também é servidora do TJDFT, descreveu o pai como uma figura doce, generosa e afetuosa — dentro e fora de casa. "Ele era uma homem comum, de hábitos simples. Ele Amigo do motorista, do técnico de som das sessões, e dentre tantos outros. Não ligava para carro, roupa, nada. O que importava para ele era os almoços em família, estar com os filhos e netos. Até para partir ele foi doce", contou ao Correio

"Eu até brinquei com um primo meu hoje, que ele era pai de tanta gente, porque ele se doava muito para as pessoas. Era uma pessoa de caráter muito ético. Sempre foi um pai muito presente, carinhoso, para nós e para os filhos dos outros", disse, emocionada. 

Milene lembra ainda da honra de ter sido filha de um homem que acreditava na Justiça como instrumento de transformação social. "Ele sempre dizia que o tribunal e que nossa dignidade só fazia sentido se estivesse a serviço do outro. Era isso que o movia. E isso a gente leva com muito orgulho", finalizou. 

Nota de pesar 

Em nota, o TJDFT lamentou profundamente a perda e destacou o legado de ética de João Carneiro de Ulhôa, que “deixou marca de integridade, liderança e respeito à magistratura”. O presidente da Corte, desembargador Waldir Leôncio Júnior, prestou solidariedade à família e aos amigos.

 

postado em 28/06/2025 19:32
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