A educadora parental e influenciadora digital acerca de assuntos sobre maternidade Isabelli Gonçalves, conhecida por comandar o perfil "Depois que pari duas" nas redes sociais, comentou, nesta terça-feira (17/6), o caso do homem que subiu ao palco de uma apresentação escolar de festa junina, no Distrito Federal, e agrediu uma criança de 4 anos.
Em vídeo, a mulher, pós-graduanda em neurociência e desenvolvimento infantil e autora de livros sobre comportamento de pais e filhos, afirma que, embora o episódio recente tenha chocado a internet, esse tipo de violência é mais comum do que parece. “A verdade é que essa cena acontece todos os dias”, explica. “Na sala, na cozinha, no quarto. Só que, quando é dentro de casa, a gente chama de ‘educação’.”
Isabelli reforça que o comportamento de adultos não é “de agora”. Por isso, ela reitera que a “educação emocional”, abordagem que defende, é importante para todas as faixas etárias.
“Não é coisa da nova geração”, esclarece. “É uma questão de segurança, porque quem não aprendeu a lidar com frustração, com medo, com raiva desde pequeno cresce assim, reagindo com violência. Acha que tem direito sobre o corpo do outro, mesmo que o outro seja uma criança de 4 anos.”
Esse comportamento ocorre frequentemente, segundo ela, não apenas de forma pública, mas entre famílias. “Todos os dias tem gente dentro da própria casa achando que tem direito sobre o corpo do próprio filho e reagindo com violência: dando tapa na boca quando o filho age com malcriação, dando chinelada quando o filho não obedece, dando cintada. E aí, o que difere?”
- Leia também: Artigo: O acolhimento emocional no cenário escolar
De acordo com Isabelli, “não tem diferença entre o pai no palco e o tapa ‘pra aprender a obedecer’”. Ela reforça que “bater em criança é violência”, independentemente do local em que ocorre.
A educadora ressalta que o episódio que chocou a internet foi, de fato, “horrível”, mas diz que espera que ele tenha funcionado como alerta para pais que relativizam a violência por considerarem que, quando se trata do próprio filho, o uso da força é permitido ou aceitável.
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“Espero que tenha servido para a gente ver o quão absurdo é um adulto daquele tamanho partir para cima e agredir uma criança”, finaliza. “O quão discrepante é essa diferença de tamanho e que todo mundo normaliza acontecer dentro de casa porque é uma forma de educação.”
