Águas Lindas

"Foi morta sem chance de defesa", diz sobrinha de mulher morta por filho

Sunamita dos Santos, de 56 anos, foi morta com um golpe de faca no pescoço, na tarde de sábado (12/7), em Águas Lindas. O autor do crime é seu filho, Renan dos Santos, 27, que confessou o assassinato ainda no local

Segundo uma sobrinha, Sunamita não deixou de ajudar o filho, apesar dos problemas com drogas -  (crédito: Redes Sociais)
Segundo uma sobrinha, Sunamita não deixou de ajudar o filho, apesar dos problemas com drogas - (crédito: Redes Sociais)

Em entrevista exclusiva para o Correio, a advogada da família Palloma Loranne Santos, sobrinha de Sunamita dos Santos, 56, morta no sábado (12/7) em Águas Lindas, pelo próprio filho, contou que o autor do crime, Renan dos Santos, 27, sofria com um histórico grave de deterioração mental causado pelo uso abusivo de drogas e que a mãe acreditava na recuperação do filho. 

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"Sunamita, como mãe, nunca desistiu dele: buscou ajuda médica, acompanhou internações, muitas vezes feitas com grande sacrifício. Mesmo diante das tentativas constantes de fuga por parte dele, ela continuava acreditando na possibilidade de recuperação", lembrou a advogada, destacando que o primo era uma pessoa "saudável e amorosa" antes de começar a fazer o uso de entorpecentes.

Palloma disse que não houve confronto prévio à violência de Renan, como ele alegou, e que a tia foi morta sem qualquer chance de defesa. "A versão divulgada por ele é falsa, sem respaldo nos fatos, e busca inverter os papéis de agressor e da vítima", afirmou.

Segundo Renan declarou à PCGO, durante o banho de seus três filhos pequenos, por volta do meio-dia, ele iniciou uma discussão com a mãe e, exaltado, a esfaqueou no pescoço. Após o crime, ele enviou mensagens a vizinhos pedindo que acionassem a polícia.

"Liga para a polícia, por favor? Fala que acabou de acontecer um homicídio e dá o endereço", pediu Renan, por áudio no WhatsApp, alegando que seu celular estava com o chip bloqueado e que, por isso, não conseguia fazer ligações. O homem aguardou os policiais na cena do crime, em um apartamento no setor Jardim América 3.

Em seu depoimento na delegacia, Renan alegou que mantinha uma relação conturbada com a mãe desde a infância e que teria sido abusado por um ex-namorado de Sunamita. "Segundo ele, a mãe teria se omitido diante da situação", contou Vinícius Máximo, delegado do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) da Polícia Civil de Goiás (PCGO).

O homem relatou, ainda, aos policiais, que Sunamita foi responsável pelo fim de seu casamento e alegou que a vítima estaria incentivando seus filhos a brincar com bonecas. Ao chegar na delegacia, Renan encontrou os irmãos, que o esperavam revoltados. Eles agrediram o autor quando ele saiu da viatura e foram contidos por policiais militares. Renan foi autuado em flagrante por feminicídio.

De acordo com Palloma, o autor do crime teria criado, ao longo do tempo, versões paranoicas e acusações infundadas contra familiares e contava com o suporte emocional e financeiro da mãe. "Minha tia não apenas o acolhia emocionalmente, mas o sustentava, inclusive, arcando com o pagamento de pensão das crianças", relatou.

A advogada comentou que o primo tinha residência própria, mas optava por viver na casa da mãe. "Não houve, por parte de Sunamita, qualquer desrespeito com o filho ou com os netos. Ao contrário, ela foi um exemplo de mãe amorosa, generosa e incansável em sua luta para tentar salvar Renan de si mesmo", acrescentou. 

 

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postado em 14/07/2025 21:58 / atualizado em 15/07/2025 18:36
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