
Aos 16 anos, a brasiliense Mariana Daufenbach escreveu seu nome na história da canoa polinésia (uma embarcação com estabilizador lateral, para aumentar a estabilidade), ou va'a. A jovem atleta integrou a equipe Júnior-19 que conquistou a medalha de prata no Mundial da modalidade, disputado entre 15 e 20 de agosto em Niterói, no Rio de Janeiro — a primeira edição realizada em solo brasileiro.
O time, formado por seis remadoras, encarou 24km de maratona, ficando atrás apenas da Nova Zelândia e ultrapassando o Tahiti, tradicional potência no esporte. A equipe brasileira foi composta por Mariana Daufenbach (Capiva'a - Brasília), Ana Júlia Alexandrino (Hale Hoe Wa'a - Niterói), Sophia Rodriguez (Mahalo Hoe - Búzios), Nina Peres (Fusão Va'a), Lívia Mariano (Ilha Grande Va'a) e Maria Vitória Campos (Lifeguard - Saquarema).
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"Arrisco dizer que foi a prova mais emocionante de que participei! Passamos a maior parte em terceiro lugar, mas quando faltavam 3km para o fim, conseguimos ultrapassar a canoa do Tahiti. Foi o momento mais desafiador, mas também o mais marcante", contou Mariana ao Correio.
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União e disciplina
Segundo a atleta, a conquista é reflexo da sincronia e da união do grupo. "A canoa havaiana se baseia muito na coletividade. Para a canoa fluir, todos precisam estar em sintonia, no movimento e mentalmente. Tivemos uma equipe muito unida, além de muito treino, disciplina e esforço de cada uma", destacou.
Apesar da pouca idade, Mariana soma títulos expressivos em diferentes modalidades do va'a. É campeã brasiliense de velocidade e maratona (2023 e 2024), campeã brasileira de velocidade (500m e 1000m) e maratona V6 mista (2024), além de campeã pan-americana de maratona V6 (2024). Também venceu provas de longa distância, como o revezamento de 61km no Distrito Federal.
O futuro
O próximo desafio da atleta será em novembro, quando representará o Brasil no Campeonato Pan-Americano de Va'a, em Rapa Nui (Ilha de Páscoa, Chile). Lá, Mariana disputará as provas individuais de V1 Júnior-19, além das categorias coletivas V6 Open (com a equipe Cerrado Va'a) e V3 Júnior-19 (com o Nalu Team).
Com 819 atletas de 26 países, o Mundial em Niterói marcou uma nova etapa na visibilidade da canoa polinésia no Brasil. Segundo Mariana, o feito é também um incentivo para o futuro do esporte no país. "É um sentimento sem igual ver o Brasil crescendo dentro do va'a. Espero que nossa medalha inspire novos atletas e traga mais reconhecimento e apoio para essa modalidade que ainda precisa de visibilidade", finalizou.
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