Assunção-2025

Vibração dourada: a força de Doti e Iizuka no ouro do tênis de mesa

Campeões por equipes, brasileiros fecharam maratona de seis dias de jogos na capital paraguaia impulsionados por válvula de escape de sentimentos em decisão

Felipe Doti e Leonardo Iizuka bateram dupla do tênis de mesa para conquistar medalha de ouro de equipes no Pan Júnior -  (crédito: Grazie Batista/COB)
Felipe Doti e Leonardo Iizuka bateram dupla do tênis de mesa para conquistar medalha de ouro de equipes no Pan Júnior - (crédito: Grazie Batista/COB)

Assunção — Jogo de extrema concentração, o tênis de mesa exige um certo silêncio para ajudar os atletas a extraírem o máximo do poder de jogo. No entanto, muitas vezes, o fator responsável por desequilibrar as partidas está na vibração. Na conquista do ouro da disputa de duplas nos Jogos Pan-Americanos Júnior de 2025, os brasileiros Felipe Doti e Leonardo Iizuka fizeram da energia um fator extra para superar o cansaço e subir ao topo do pódio contra aguerridos rivais porto-riquenhos.

Envolvidos nas disputas individuais, de duplas masculinas e nas parcerias mistas, Felipe e Leonardo tiveram uma trajetória bastante desgastante na capital paraguaia. Somando todos os certames, os brasileiros ultrapassaram a marca de 25 partidas de intensidade no Pan Júnior. Naturalmente, o desgaste virou um adversário a mais na decisão contra Enrique Rios e Steven Moreno. Daí entrou o poder do diferencial.

Na vitória incontestável por 3 x 0, Doti e Iizuka esbanjaram vibração e apoio mútuo. Enquanto um enfrentava o adversário de Porto Rico, o outro aplaudida e incentivava. Quem estava com a raquete nas mãos lidava com os sentimentos do jogo. E os gritos de vibração serviam como desafogo frente à mesa. A cada acerto, a comemoração rompia o silêncio do pavilhão da modalidade na Secretaria Nacional de Deportes (SND) e mostrava a vontade de vencer.

As reações, inclusive, passam recados aos adversários e Felipe garantiu usar a vibração como trunfo para se sobressair. "Eu, particularmente, gosto de vibrar bastante no jogo. O Leo também, mas ele consegue ser mais concentrado. Eu gosto de vibrar para mostrar que eu quero ganhar, não ficar cabisbaixo e deixar o adversário vir para cima de mim. Quero mostrar que eu quero ganhar e não vou entregar nada fácil para ele", explicou, perguntado sobre o tema pela reportagem do Correio.

Iizuka lembrou o duelo apertado no 4 x 3 de estreia contra Ramón Vila para explicar como desafoga os sentimentos do jogo. "Particularmente, acho que o jogo contra o dominicano foi um dos que eu mais gritei na minha vida. Foi o cara que eu quase perdi. Ganhei bem apertado na semifinal. Eu estava sentindo pouca energia de mim mesmo eu não estava conseguindo impor uma energia boa. Então, senti que precisava tirar de algum lugar. Eu sei que gritar desgasta bastante, mas era o jeito de virar essa chave e estar mais ativo", explicou.

Futuro

As três medalhas conquistadas por cada mesa-tenista nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção-2025 (Leonardo terminou com dois ouros e uma prata, enquanto Felipe ficou dois ouros e um bronze), agora, os impulsiona para o futuro. Agora, os dois vão disputar o Pan de tênis de mesa em Rosario, na Argentina, entre 24 e 31 de agosto. Até o fim da temporada, outros desafios estão previstos no calendário dos brasileiros.

Atleta do Oschsenhausen, antiga equipe do brasileiro Hugo Calderano na Alemanha, Leonardo Iizuka planeja a volta para o país europeu para focar em outros torneios. "Tem os jogos da Liga da Alemanha. Fico um tempo lá e, depois, tenho o Challenge Match. Ainda não estou confirmado no China Youth Match", explicou o mesa-tenista.

Após as partidas de Rosario, Felipe Doti volta ao Brasil e se prepara para um novo desafio na carreira: ele vai defender o Montpellier, da França. "Uma nova etapa na minha vida. Vou jogar a Liga na França, na terceira divisão. Vou treinar por lá por três meses, até dezembro", explicou o campeão pan-americano júnior de duplas.

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DQ
postado em 21/08/2025 20:36
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