
Assunção — Em meio a tantas disputas por medalhas e recordes, os Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção-2025 reservaram um espaço especial com glórias compartilhadas em família. Em quatro das disputas realizadas na capital paraguaia, os pódios acumularam irmandade com conquistas divididas e impulsionadas por emocionantes histórias de fraternidade. E o Brasil está envolvido.
No badminton, os irmãos gêmeos Davi e Deivid Carvalho deram show, não apenas com as medalhas de ouro das duplas mistas (ao lado de Juliana Viana) e de prata do individual masculino. Competindo pela primeira vez juntos, os cariocas do Rio de Janeiro fizeram de Assunção o palco ideal para demonstrarem ao continente o poder da irmandade, com direito a apoio das arquibancadas enquanto o outro jogava.
"Quando o Davi está jogando, eu fico muito ansioso. Quando ele erra, quando ele acerta, quando está lado a lado, eu fico bastante nervoso. Isso é desde sempre. Eu vou estar sempre torcendo por ele e ele vai estar sempre torcendo por mim. Isso que importa. A vitória dele é a minha, a minha vitória é a dele. Essa irmandade nunca vai acabar" conta Deivid, medalhista de prata.
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"Eu amo muito esse cara, que está sempre do meu lado me apoiando", derreteu-se. "Eu estava muito nervoso na arquibancada. É dever mais do que cumprido", completou Davi.
O México, no entanto, trouxe as histórias mais marcantes de parcerias de irmãos na mesma modalidade. Nos saltos ornamentais, as gêmeas Lia e Mia Cueva encantaram pelo talento e potencial de se destacarem como futuras lendas do esporte. No Pan, Mia conquistou um ouro (ao lado da parceira) e duas pratas em competições contra a irmã. Além do ouro, Lia saiu com dois bronzes. Porém, elas só se aproximaram das piscinas devido à influência de outra parte importante da família. Mais velha, Suri faturou um segundo lugar no pódio.
"Quero que ela vá longe, que realize todos os seus sonhos e que estejamos sempre juntos", prospectou Lia, a respeito da irmã gêmea. O elogio foi retribuído por Mia. "Ela me apoia muito em tudo e eu quero o melhor para ela", destacou. O México, inclusive, foi a grande potência dos saltos ornamentais. Impulsionado pelo trio de irmãs Cueva, o país da América Central subiu ao pódio 12 vezes. Nenhum outro fez mais na modalidade.
Os mexicanos também levaram medalha de ouro no quesito irmandade com outra dupla. No atletismo, os gêmeos Iker e Ian Sánchez brilharam nos 5.000 metros. Iker conquistou a prata e Ian o bronze, compartilhando não apenas a pista, mas também a emoção de retornar ao país com o marco. Os familiares destacam o aprendizado de competirem de forma saudável desde pequenos. Ter um ao outro na corrida, inclusive, é tratado como uma vantagem, uma fonte de confiança e uma força motriz para se superarem.
"Tem o sabor de um projeto em equipe que conseguimos transformar em algo concreto e, claro, saímos mais felizes com a possibilidade de levar para casa algo físico. Mas para mim é muito melhor compartilhar isso com meu irmão e saber que estivemos juntos na mesma prova. Esse é o nome da conquista", destacou Ian.
"Acredito que é o resultado de um processo, de um trabalho em conjunto com outras pessoas... e acho que é algo que tem a ver com agradecimento, agradecimento a todas as pessoas que nos apoiaram", completou Iker.
A Colômbia foi outro país a ingressar no mapa das parcerias entre irmãos no pódio do Pan. No BMX livre, Queen e Lizsurley Villegas fizeram história ao subirem ao ganharem medalhas juntas, conquistando ouro e prata na modalidade. As duas também tratam o fato de competir lado a lado como uma motivação constante, acrescentando à conquista um duplo significado: história para o país natal e para elas, como familiares.
*O repórter viajou a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB)
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