
Em um compilado de áudios, vídeos e fotos registrados por dois adolescentes de 17 anos suspeitos de planejar um massacre em uma escola do DF, um dos jovens disse, em uma das filmagens, que a solução era “descolar um .38 e matar todo mundo”. Nessa segunda-feira (25/8), policiais da Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV) cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas dos menores e apreenderam materiais relacionados ao extremismo violento.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
No vídeo, um dos adolescentes descreve o ambiente escolar e tenta justificar o meio cruel planejado por ele. “Eu sei que é difícil, porque vocês são as vítimas. Eu apanhava, mas agora eu evoluí. Eu sou enorme, entrei para as artes marciais. Mas quando eu não fazia nada, os caras me batiam, afogavam minha cabeça no vaso, me roubavam. Falaram mil merdas mentirosas. Eu cheguei nos policiais, em vocês mesmo que estão assistindo, porque talvez isso viralize, eu falei que fulano me bateu. Você olhou na minha cara e fez cara de autista. Não fez p... nenhuma. Eles não resolvem. E quando chama (sic) você e seu agressor, você vai sair como culpado.”
As falas são uma tentativa de justificar um ato violento. “Se você também atirar dentro da escola, isso não vai te trazer nada. Você pode ser ateu, cristão e não vai resolver. O que você pode fazer é usar a força bruta. Se o cara estiver te zoando, quebra logo na porrada. Eu sei que o Brasil é uma merda, mas descola um .38 e mata todo mundo.”
Ataque aos homossexuais
Segundo a polícia, os adolescentes atacavam negros, homossexuais e faziam apologia ao nazismo. Numa das mensagens interceptadas pelos investigadores, um deles dispara. “Cala a boca, filho da p… traveco de merda. Vai virar homem de verdade pra tu querer falar de nós, vai chupar um canavial [...], seu viadinho. Aqui é Brasil, seu argentino de merda. Se eu te ver na rua, eu te espanco todo e piso no seu crânio com meu coturno e cuspo no seu crânio, seu traveco de merda”.
Eles ainda gravam um vídeo em que queimam uma bandeira símbolo da comunidade LGBTQIA+. Após receber denúncias do planejamento de ataque terrorista em escola do Recanto das Emas, agentes da Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento cumpriram mandado de busca e apreensão na casa da dupla. Um dos menores está em tratamento psiquiátrico. O outro foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente II para providências. A investigação segue com o objetivo de identificar grupos e novos riscos.
Cidades DF
Cidades DF
Cidades DF