Saúde

Idoso de 80 anos sai de UPA em estado terminal e família alega alta precoce

Família aponta falta de cuidados básicos. Iges-DF garante que paciente recebeu os cuidados necessários

Idoso deu entrada na UPA de Sobradinho -  (crédito: Google Street View)
Idoso deu entrada na UPA de Sobradinho - (crédito: Google Street View)

Um idoso de 80 anos, morador do Distrito Federal, foi internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após complicações respiratórias e, segundo a família, saiu do local em estado muito pior do que havia entrado. O filho, José Ricardo Vidigal Barros, 41, afirma que houve alta precoce, falta de cuidados básicos e ausência de protocolos adequados para pacientes idosos em situação crítica. Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) afirmou que o paciente recebeu todos os cuidados médicos necessários.

Segundo o relato do engenheiro, o pai, José Silva Barros, foi diagnosticado com uma infecção respiratória e chegou a ser atendido em hospital particular, onde iniciou o tratamento com antibiótico. Por falta de plano de saúde, foi levado à UPA de Sobradinho, onde recebeu antibiótico intravenoso e apresentou melhora inicial. No entanto, conforme a narrativa do filho, ele acabou recebendo alta precoce e um antibiótico oral, mesmo com recomendação do médico da unidade particular para continuidade do tratamento venoso.

“Meu pai entrou andando, independente, mas, depois de uma semana lá, ele estava com feridas abertas nos braços e pernas, hematomas e sinais de descuido. Ele não conseguia mais se alimentar direito e teve hipoglicemia. Foi um sofrimento constante”, contou.

O paciente, que precisou de medicação paliativa, foi submetido à morfina e novo antibiótico para controle da infecção, mas o filho afirma que a equipe da UPA chegou a tentar liberá-lo novamente para casa, mesmo sem condições de cuidados adequados. “Como é que eu levo meu pai assim para casa? Ele não consegue andar, comer, nem se manter em pé, e está gritando o tempo todo. Vai morrer, mas pelo menos poderia ter uma morte digna, sem dor”, desabafou.

O filho denunciou ainda falta de humanização no atendimento: feridas e hematomas por manuseio inadequado, sonda urinária mal instalada e ausência de acompanhamento especializado para idosos em estado crítico. Ele afirma que a situação é recorrente com pacientes em cuidados paliativos na unidade.



O que diz o Iges-DF


Procurado pelo Correio, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) se manifestou. Confira a nota na íntegra:

"O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) informa que o paciente J.S.B., foi admitido na UPA de Sobradinho no dia 18/08 e recebeu alta no dia 05/09, após melhora clínica. No dia 06/09, ele retornou à unidade, foi atendido e avaliado por equipe médica, recebeu todos os cuidados e tratamento adequado dentro do seu quadro de saúde, sendo sanado o motivo de internação, com indicação de alta médica. Em relação à situação de maus-tratos alegado pela família, a UPA de Sobradinho esclarece que repudia veementemente qualquer tipo de violência e agressão contra seus usuários e reforça que preza pelo acolhimento e humanização de forma individualizada com todos os pacientes que buscam serviços na unidade. Todas as informações estão registradas no prontuário, disponível para acesso da família. O IgesDF reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a qualidade na assistência prestada aos seus pacientes."

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postado em 10/09/2025 23:18
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