
Aos gritos de “sem anistia” e ao som de jingles políticos, brasilienses se reuniram, na noite desta quinta-feira (11/9), para comemorar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados, do chamado “núcleo crucial”, por tentativa de golpe de Estado. A decisão foi proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.
Pelos bares, muitos brasilienses se encontraram para comemorar o resultado do julgamento, entre eles a assessora Mariana Rosa, 42 anos, e a administradora Mônica Sacramento, 50, amigas que compartilham a trajetória em manifestações democráticas desde 2014. “Viemos como resposta. O Brasil queria segurança, liberdade, direitos e garantias. Hoje, podemos dizer que o povo venceu”, disse Mariana, relembrando manifestações reprimidas com uso de gás de pimenta, das quais participou, há alguns anos.
Confira vídeo da festa:
A expressão de felicidade das duas refletia a sensação de dever cumprido, pois, segundo elas, “a justiça foi feita”. Mônica também lembrou a ligação da família com a capital: o pai dela integrou o grupo de trabalhadores que ajudou a erguer Brasília. Para ela, a decisão do STF simboliza justamente o respeito a esse legado. “Hoje, viemos comemorar o fortalecimento da democracia. As instituições estão firmes e seguirão cada vez mais fortalecidas”, ressaltou.
Para o advogado Kauê Pinto, 28, que mora em Brasília há seis anos, o momento trouxe a chance de refletir sobre os últimos anos. “O que aconteceu na pandemia e no governo Bolsonaro marcou muita gente. As pessoas vieram aqui comemorar esse sentimento de justiça. Agora, o ex-presidente vai começar a pagar pelos crimes”, avaliou.
Em meio às comemorações, Isabella Ferreira, 55, indigenista, comentou sobre o impacto da decisão para ela. “É um rito de passagem, uma forma de reparar injustiças da nossa história. Este é um momento que muitos esperavam, havia anos”, afirmou. “A sensação é de alívio, de acreditar na Justiça e de que nossa democracia está salvaguardada. O povo não é bobo.”
Cidades DF
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