Câncer de mama

CB Debate aborda cuidados em meio a alerta global sobre câncer de mama

Correio reúne especialistas para falar sobre o câncer de mama, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), deve ter aumento de 38% nos casos até 2050. Entre 2021 e 2025, DF teve 3.112 registros da doença

A edição de 2024 reuniu seis painelistas no auditório do Correio -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A edição de 2024 reuniu seis painelistas no auditório do Correio - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O câncer de mama continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública no mundo e no Brasil. Atrasos no diagnóstico e dificuldades de acesso ao tratamento ainda comprometem a vida de milhares de pacientes, sobretudo em regiões mais vulneráveis. Para discutir caminhos e soluções, o Correio realiza, em 1º de outubro, às 14h30, a terceira edição do CB Debate "Câncer de Mama: uma rede de cuidados", dentro da programação do Outubro Rosa. O evento será realizado no auditório do jornal e contará com transmissão ao vivo no YouTube e no Facebook oficiais, além da participação direta do público por meio de link interativo.

O debate acontece em um momento de alerta internacional. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de câncer de mama devem aumentar 38% até 2050, atingindo 3,2 milhões de novos diagnósticos por ano. A mortalidade também preocupa: as mortes relacionadas à doença podem crescer 68%, chegando a 1,1 milhão anuais. O peso desse cenário será sentido principalmente em países de baixa e média renda, onde ainda existem dificuldades de acesso à detecção precoce e a tratamentos de qualidade.

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No Distrito Federal, os números refletem a gravidade do problema. Entre 2021 e 2025, foram 3.112 registros de neoplasia maligna da mama, com destaque para a faixa etária entre 45 e 59 anos, que concentrou quase 1,3 mil casos. Ainda assim, há registros em mulheres cada vez mais jovens — 143 diagnósticos abaixo dos 35 anos. Nesse mesmo período, o câncer de mama provocou 749 mortes na capital federal, com o maior índice registrado em 2022, quando 262 mulheres perderam a vida em decorrência da doença.

A mastologista Taina Perdigão, do Hospital Anchieta, destaca que o aumento nos casos de câncer de mama está ligado a um conjunto de fatores relacionados ao estilo de vida moderno. “É um somatório de fatores ligados principalmente à qualidade de vida, alimentação inflamatória, estresse aumentando níveis de cortisol, sedentarismo e exposição a agentes carcinogênicos no decorrer da vida da mulher. Obesidade, tabagismo, consumo de álcool, primeira gravidez tardia e terapia de reposição hormonal incorreta também elevam o risco”, afirma.

Segundo a especialista, um ponto de atenção é o crescimento dos diagnósticos em mulheres cada vez mais jovens. “As jovens na atualidade estão muito expostas a hormônios sintéticos e à alimentação inflamatória, em razão da facilidade de acesso e de uma vida com demanda muito alta. Além disso, menstruam mais cedo. É importante lembrar que o câncer de mama por causa genética representa apenas entre 5% e 10% dos casos”, explica.

Os sinais de alerta também merecem atenção, embora sua ausência não elimine a possibilidade da doença. “O aparecimento de nódulos, mudança de cor ou textura da pele e secreção sanguinolenta ou aquosa no mamilo são sinais que devem ser investigados. Mas mesmo quando esses sintomas não estão presentes, é fundamental que a mulher realize os exames regularmente”, reforça a mastologista.

Para a especialista, a chave para mudar esse quadro passa por duas frentes: políticas públicas eficazes e informação de qualidade. “É preciso fazer uma política de saúde que funcione, oferecendo à mulher consulta médica e exames necessários. Além disso, fornecer à população informações claras sobre a doença e a importância de um diagnóstico precoce pode salvar muitas vidas”, conclui.

Painéis

A programação será dividida em dois painéis. O primeiro, intitulado "Caminhos para o cuidado integral", discutirá a importância de integrar prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento psicológico no enfrentamento da doença. Já o segundo, "Desafios reais da jornada oncológica", abordará os obstáculos enfrentados pelas pacientes, desde a marcação de exames até o início do tratamento, além das desigualdades regionais de acesso.

Entre os convidados confirmados estão a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, a mastologista do Hospital Anchieta Gisele Maldonado, o oncologista e vice-presidente do Conselho Científico da Femama, Anderson Silvestrini, e a oncologista clínica com atuação em tumores femininos e oncogenética Andreza Souto.

Evento | Câncer de Mama: uma rede de cuidados - 3ª edição

  • Data: 1º de outubro, quarta-feira
  • Transmissão: às 14h30
  • Formato: CB Debate
  • Link de inscrições 

 

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postado em 26/09/2025 07:00 / atualizado em 26/09/2025 10:08
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