tragédia

Danielle Mansur, morta em acidente na BR-040, deixa legado de amor pelos animais

Danielle Mansur Guimarães tinha 50 anos e era cofundadora e ativista da ONG Toca Segura. Apaixonada por animais, era tutora dos cães Ziggy, Leo e Peppa, que também morreram no acidente

A advogada especialista em Direito Animal Danielle Mansur Guimarães, 50 anos, morreu em um grave acidente de trânsito na BR-040, em Luziânia, na tarde dessa sexta-feira (5/7). Cofundadora e ativista da organização não-governamental de proteção animal Toca Segura, tia Dani, como era chamada, perdeu a vida junto aos seus três cães, Ziggy, Leo e Peppa.

A notícia do falecimento, confirmada pela ONG, chocou grupos de ativistas da causa e gerou comoção no Distrito Federal. "Nossa tia Dani partiu num acidente junto com suas três estrelinhas. Nosso coração está em pedaços", compartilhou o Toca Segura. Em uma postagem antiga, que celebrava o aniversário da protetora, a organização a definiu como uma pessoa com jeito único e especial.

"Você não passa pela vida em silêncio, você chega, gira tudo, fala alto, pensa fundo, corre (às vezes literalmente), e ama com força. Você é daquelas pessoas raras, que não se copia, não se mede, não se segura. Foi com esse jeito único, doido e inteiro que você ajudou a dar vida ao Toca", descrevia o texto, publicado em 19 de abril deste ano.

Mineira com espírito brasiliense, Danielle tinha sorriso largo e alegrava todos que a conheciam. Moradora de Águas Claras, era fã de maratonas, carnaval, viagens e boas leituras. Entre as tantas postagens em seu perfil no Instagram, muitas reforçavam o amor pelos animais. "Se tiverem oportunidade, viajem com seus cães", recomenda em um post. Nos demais, o pedido era claro: "não comprem animais de estimação, adotem". 

Reprodução/Instagram/danimansur -
Reprodução/Instagram/danimansur -
Reprodução/Instagram/danimansur -

Recém-ingressa no mestrado acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UnB), a advogada propunha uma análise bioética da luta pelo Direito Animal a partir da escuta sensível e atenta da cultura e formas populares de se relacionar com os animais. O objetivo era apontar uma desconexão entre os discursos jurídicos sobre direitos dos animais e a vida cotidiana das pessoas que representam, segundo ela avaliava, uma exclusão simbólica, que ajuda a explicar por que tantas estratégias de proteção continuam ineficazes.

 
 
 
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Repercussão

Além das ONGs de proteção animal do DF, outras instituições se manifestaram a respeito do falecimento de Danielle. A Comissão Especial de Proteção e Defesa dos Animais da OAB/DF destacou a dedicação, o afeto e a coragem da ativista na defesa da causa animal, cuja atuação foi "generosa e firme". "Sua vida foi marcada pela sensibilidade, pela ética e pelo amor incondicional aos animais, valores que permanecerão como legado para todos que tiveram o privilégio de conviver com ela", diz a nota de pesar.

A Secretaria de Proteção Animal do DF (Sepan/DF) expressou solidariedade a todos que conviveram com Dani. Vanessa Negrini, Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, lamentou a tragédia e disse que a protetora deixa um legado de coragem e amor ao próximo.

"Dani foi uma voz incansável na defesa dos animais, deixando um legado de coragem, intensidade e amor traduzido em cada vida salva e em cada gesto de compaixão. Sua atuação na proteção animal inspirou e continuará inspirando todos que acreditam em um mundo mais justo para os animais", escreveu Vanessa.

Acidente

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), o veículo da vítima, um VW UP Cross, colidiu frontalmente contra uma carreta e Danielle ficou presa às ferragens e morreu no local do acidente. Após a colisão, o caminhão, que transportava querosene, pegou fogo.

Imagens da ocorrência mostram a gravidade da batida. O carro ficou com a frente completamente destruída e os pneus revirados. O motorista da carreta conseguiu sair do veículo antes que as chamas se alastrassem, inclusive para a vegetação próxima, e não necessitou de encaminhamento médico.

Durante o atendimento à ocorrência, parte da via ficou interditada. Conforme informação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista da carreta testou negativo para álcool. 

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