OBITUÁRIO

Morre aos 87 anos Enila Chagas, psicóloga e viúva de Carlos Chagas

Referência na psicologia gestáltica em Brasília, mãe, avó e bisavó, ela deixou como legado a força, a leveza e o acolhimento que marcaram a vida

Elina enfrentava a demência há alguns anos, mas vivia ainda em sua casa com pessoas cuidadoras e funcionárias -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Elina enfrentava a demência há alguns anos, mas vivia ainda em sua casa com pessoas cuidadoras e funcionárias - (crédito: Material cedido ao Correio)

Enila Chagas, psicóloga, intelectual e viúva do jornalista e cientista político Carlos Chagas, morreu neste sábado (4/10), aos 87 anos, em Brasília. Próxima de completar 88 anos, aniversário que compartilhava com a filha, Helena Chagas, no dia 13 de outubro, Enila partiu serenamente, cercada pela família. Há alguns anos, ela enfrentava o diagnóstico de demência.

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Reconhecida por sua atuação na psicologia, especialmente na linha da Gestalt, foi mestra e formadora de gerações de profissionais em Brasília. Durante décadas, atendeu em consultório e coordenou grupos de formação, deixando sua marca não apenas na vida de pacientes, mas também na de jovens psicólogos que encontraram em seu exemplo um caminho de dedicação e sensibilidade. 

A filha Helena Chagas, em publicação nas redes sociais, destacou a força da mãe como um pilar em sua vida. “A minha mãe me dizia que eu matava um elefante. Lembro particularmente do dia em que ela falou isso quando eu fraquejava diante do primeiro diagnóstico de câncer de mama, aos 32 anos. Ganhei dela a força para superar essa e muitas outras dificuldades que a vida trouxe, antes e depois”, escreveu.

Ela ainda conta sobre a doçura que marcou os últimos anos da mãe, mesmo após o avanço da demência. Segundo Helena, Elina manteve sempre o afeto e o reconhecimento dos familiares, transformando a fase difícil da doença em um período de leveza e ternura. “Ela passou os últimos anos feliz, em paz com a vida, cercada de amor. Foi embora tranquila, como viveu. Foi se encontrar com o meu pai, que faleceu há oito anos.

Intelectual apaixonada pela leitura, Enila cultivava a curiosidade e a energia de quem acreditava no conhecimento como forma de vida. Mãe de duas filhas, Helena e Cláudia, teve quatro netos — Ana, Carlos, Tomás e Elisa — e três bisnetos, Raul, Eloísa e Maria Fernanda, com quem dividiu momentos de afeto, viagens e intensa convivência.

Para a família e amigos, Enila foi mais do que mãe, avó e companheira, foi sustentáculo, conselheira e presença constante. “Ela era um apoio para muita gente, dentro e fora da família. Muito querida, deixou um exemplo de vida plena e generosa”, disse Helena ao Correio.

O velório será nesta segunda-feira (6/10), das 13h às 15h, na Capela 3 do Campo da Esperança, na Asa Sul. A despedida será aberta a todos que desejarem prestar homenagem à psicóloga.

 

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postado em 05/10/2025 14:04
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