
Por Manuela Sá* — Nesta sexta-feira (31/10), o CB.Agro — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — recebeu José Felipe Ribeiro, pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) que vai participar da COP30. A entrevista é a segunda de uma série sobre os 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Sibele Negromonte, o entrevistado falou sobre o uso de espécies nativas do Cerrado para a restauração de áreas de reserva legal nas propriedades rurais e o trabalho feito para mobilizar os produtores a trabalharem nessa frente em parceria com a ciência.
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Ribeiro comentou a respeito do papel da pesquisa para ajudar no desenvolvimento agropecuário em conjunto com a conservação ambiental. Segundo o pesquisador, a preocupação atual é ajudar o produtor rural a atender à legislação do Código Florestal, que estabelece normas para proteção da vegetação nativa. “Estamos, inclusive, levando isso para a COP30. Quais são as técnicas de recomposição nativa disponíveis para todos os biomas nacionais. Qual é o tamanho do problema quando você fala no que temos de passivo ambiental no Brasil. Tudo isso a gente quer discutir com os interessados, que são os produtores rurais, a Confederação Nacional da Agricultura e os cientistas brasileiros de todos os biomas”, disse.
De acordo com o especialista, para ajudar na aproximação entre ciência sustentável e produtor, a Embrapa Cerrados fez o Guia de plantas do Cerrado para recomposição da vegetação nativa. A publicação contém 344 plantas nativas do Cerrado catalogadas e com instruções de como plantá-las. “Este guia mostra quais são as principais estratégias de plantio e quais são as principais espécies que o produtor pode consorciar para que tenha sucesso na recomposição do Cerrado", afirmou.
O trabalho que deve ser feito para que “o produtor que entende o valor do Cerrado em pé” tenha reconhecimento por parte da sociedade também foi abordado. Para tanto, é preciso mostrar a importância da restauração para a sociedade como um todo. “Estamos trabalhando para mostrar de onde vem o oxigênio que as pessoas respiram. É importante o consumidor saber que, ao comprar um quilo de tomate ou um quilo de arroz, há benefícios das boas práticas agropecuárias, além de benefícios alimentares. Essa é uma maneira de fazer com que o produtor sustentável seja reconhecido por uma atividade para além da agricultura tradicional”, finalizou.
Assista à integra do programa:
*Estagiária sob supervisão de Malcia Afonso

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