homenagem

José Oscar Pelucio: homem de sua época

Na biografia "Histórias de um bom comunista", prefaciada pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) J.P Sepúlveda Pertence, o jornalista Luiz G. Figueiredo Motta destaca a chegada de Zé Oscar em Brasília

A trajetória de José Oscar Pelucio é narrada com detalhes no livro Histórias de um bom comunista (ed. Ramalhete, 427 páginas), escrito por Luiz G. Figueiredo Motta, mestre em jornalismo e doutor em comunicação. Na biografia, prefaciada pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) J.P Sepúlveda Pertence, o jornalista destaca a chegada de Zé Oscar em Brasília. Era janeiro de 1960, poucos meses antes da da inauguração da capital da Esperança.

"Brasília era a metáfora de um novo país, que surgia da modernidade brasileira. (...) Os canteiros de obras de transformaram num fervilhar de operários que viravam a noite e finais de semana trabalhando. (...) Em fins de 1959, algumas lideranças dos trabalhadores de Brasília solicitaram ao Partido Comunista enviar ao Distrito Federal um advogado trabalhista que pudesse dar assistência jurídica a eles. O PCB indicou o jovem advogado sindicalista José Oscar Pelucio, por causa da experiência adquirida em São Paulo e do comprometimento político dele. Solteiro e iniciando a carreira jurídica, ele aceitou de bom grado a sugestão", destaca Figueiredo Motta no livro. E assim começa uma aliança de luta e de vitórias que uniam Zé Oscar e os sindicatos do DF. 

Após  golpe de 1964, a vida do jovem advogado correu perigo em várias ocasiões. Foi preso várias vezes e torturado. "Além de choques elétricos, pancadas e outras violência, o José Oscar e eu passamos por uma tortura inusitada. Fomos colocados de pé e encapuçados, nus e com as mãos amarradas, em frente a um ventilador ligado na velocidade máxima. O chão molhado aumentava o desconforto. Um soldado jogava álcool em nosso corpo a fim de esfriá-los ainda mais. Era mês de julho, fazia muito frio em Brasília. Depois de passar por tanta brutalidade, fomo absolvidos por unanimidade naquele processo (atuação com sindicatos)", lembra, na biografia, o político e advogado Geraldo Campos. Zé Oscar, sogro de Jorge Ferreira, foi parte integrante da construção político-sindical da capital do país.

 


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